Sou muito seletiva ao escolher um par amoroso

por Anette Lewin    

"Excesso de rigor pode levar a ficar só? Como saber se não estou exagerando? Estou com dificuldades de me relacionar com outro homem. Tenho 57 anos e sou separada."

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Resposta: Ficar mais seletiva com a idade é uma conquista, não necessariamente um problema.

O que dificulta relacionamentos em qualquer idade é a dificuldade de lidar com um parceiro real, de carne e osso, com suas qualidades e defeitos; é imaginar que o parceiro vai se comportar como gostaríamos que ele se comportasse; é acreditar no amor romântico dos filmes; é achar que ceder de vez em quando é insuportável. Enfim, o que dificulta relacionamentos é não ter consciência do que é um relacionamento.

Você diz que "tem toda liberdade, mas está mais seletiva ". O que significa isso? Você não encontra alguém que preencha tudo o que espera de um par amoroso?

Bem, vamos ver quais são seus critérios.

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Talvez você esteja com uma imagem formada em sua cabeça e nenhum parceiro real se encaixa nessa imagem. Se for assim, que tal deixar de lado essa imagem ideal e se propor a conhecer melhor as pessoas que aparecem em sua vida e se interessam por você?

Sim, porque um bom relacionamento vai se construindo aos poucos através das vivências em conjunto. Às vezes, por exemplo, conhece-se alguém que não agrada tanto fisicamente ou não tem um papo tão elaborado, mas, que aos poucos, vai revelando que lá no fundo existe uma pessoa bonita e com ideias interessantes. Não podemos esquecer que nos primeiros encontros as pessoas tentam mostrar aquilo que é mais aceito socialmente, mas a verdadeira pessoa só brota depois de algum tempo de convivência.

Talvez você não esteja dando tempo ao tempo e descartando as pessoas muito rapidamente; talvez você esteja sem paciência para esperar que vivências significativas ocorram nos novos relacionamentos; talvez você não queira mesmo dividir sua vida com ninguém na realidade, só na fantasia. Lembre-se que você é livre para escolher estar só ou estar acompanhada. Evite concluir que você quer ter alguém só por que já teve um casamento que terminou. Talvez, no momento, ter alguém implica em concessões que você não está mais disposta a fazer. Avalie essa questão criteriosamente.

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Se concluir que apesar de tudo, deseja ter um companheiro, tente, como já foi dito, partir da realidade e não da fantasia.

Avalie as pessoas que parecem interessantes e que também se interessam por você e comece a se dedicar às que parecem mais disponíveis. Escolha uma delas e tente entender como é essa pessoa. Não, ela não é como você a desenhou em seus sonhos. Ela teve uma história de vida, passou por dificuldades, moldou comportamentos a partir de suas conquistas e seus fracassos, batalhou para chegar onde chegou. Assim como você.

Agora, assim como você, essa pessoa está buscando uma nova chance de ter uma companhia. Lembre-se que essa pessoa não vai adivinhar o que você quer se você não falar; não vai ser carinhosa com você se você não deixá-la à vontade; não vai tratá-la com respeito se você não demonstrar coerência em suas atitudes.

Enfim, lembre-se que a escolha, por si só, representa muito pouco em um relacionamento. O que conta, na verdade, é o que vem depois dela. Se você está a fim de manter um relacionamento saudável, tente gostar e dedicar-se à pessoa que conseguiu conquistar. Evite ficar pensando que talvez exista uma melhor. Evite pensar no que os outros vão dizer. Escolha alguém com quem você se sinta bem. Simples assim.

Atenção!
Este texto não substitui uma consulta ou acompanhamento de uma psicóloga e não se caracteriza como sendo um atendimento.