Você é o criador da sua vida!

por Patrícia Gebrim   

Coisa mágica é isso de escrever. Antes se usava lápis, canetas. Agora toco essas teclas quadradinhas e sei que um dia esse conjunto de toques pode chegar a você, que agora me lê.

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Você já pensou em quanta coisa pode acontecer entre esses dois momentos?

Gosto de me lembrar disso, de que somos os criadores de nossas vidas, da mesma forma como a tela em branco nos dá a liberdade de criar o que quisermos. Eu posso, agora mesmo, fazer coisas sem sentido, se assim quiser. Posso escrever que “o ornitorrinco manco roubou o chapéu de palha da estrela do mar”.

É bom brincar de vez em quando, para a vida não ficar séria demais.

Se é verdade que a nossa vida é como um livro, não podemos  nunca esquecer que cada um de nós é o escritor. Cada um de nós escreve sua própria vida.

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Cada escolha é como o apertar destas teclas à minha frente. A diferença é que aqui, neste computador, eu posso voltar atrás. Posso apagar páginas inteiras se quiser. Posso refazer frases, acrescentar palavras, corrigir o que saiu errado, como se nunca tivesse existido.

Na vida não é bem assim. Podemos sim, sempre, mudar de direção, podemos até consertar algumas coisas, mas não há como voltar atrás. Saber disso faz com que nos tornemos mais cuidadosos ao fazer escolhas, mesmo sabendo que até o erro pode ser bem-vindo, como uma parte importante do aprendizado.

Aprender com um erro é o que o transforma em uma experiência positiva.

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É maravilhoso quando temos a percepção de que temos a vida pulsando na ponta de nossos dedos. Isso vem com um tanto de responsabilidade, é verdade. Não podemos sair por aí culpando as pessoas pelo que não saiu como queríamos. Mas conquistamos uma enorme liberdade ao assumirmos essa responsabilidade. E a liberdade é uma das melhores sensações que podemos experimentar.

Hoje o dia amanheceu lindo. O sol está brilhando lá fora e eu tinha planejado sair de bicicleta por aí, um prazer que resgatei de meu passado e que tem tornado meus dias deliciosamente divertidos. Mas depois do café da manhã mudei de ideia, decidi ficar aqui e escrever. Não podemos ter tudo. Hoje preferi a sua companhia, pois estou em um daqueles dias especiais em que o coração fica grande dentro do peito. Aprendi que, ao lado dos dias de infinita tristeza, esses são os melhores dias para se escrever. As palavras vêm fáceis, como se brotassem sem esforço de algum pote de palavras que fica flutuando sobre minha cabeça.  As palavras vêm quando brotam do que acontece dentro de nós.

Eu penso em você que me lê enquanto escrevo, sabia? Procuro imaginar que estamos aqui, sentados juntos neste banco de madeira, rodeados por essas árvores, conversando sobre o que de verdade importa. Estendo-me em sua direção tentando saber:

– O que importa para você?

– O que eu poderia lhe dizer que fizesse alguma diferença, mesmo que mínima, na sua vida?

Não tenho a pretensão de escrever sobre verdades. Ah não… Quem sou eu para saber o que é verdadeiro?

O que eu quero fazer aqui, neste jardim a seu lado, é expressar o meu ser. O máximo que eu puder. Trazer para fora essa coisa que sinto pulsar dentro de mim. E convidar você a fazer o mesmo.

– Qual é a sua verdade neste momento? Se preferir fechar o livro e sair para um passeio, vá! Estarei aqui, esperando por você, por toda a eternidade se necessário.

É assim que exercitamos nossas escolhas, nos dando a permissão para sermos exatamente quem somos. A escolha de existir, e de “como” existir, cabe a cada ser humano e a ninguém mais. Você é o criador, o responsável e o condutor de sua própria experiência de vida, nunca abra mão disso por ninguém. Nunca deixe de ser quem você é para agradar a outras pessoas, pois ninguém que se importe de verdade com você concordaria com o fato de você deixar de existir para tornar aquela relação possível. A não existência é um preço alto demais a ser pago para se estar em um relacionamento, não acha?

Há que se ter uma estrela no céu que nos abençoe. Não há vida sem espiritualidade. Busque por essa estrela. Nunca deixe de elevar seu olhar em sua direção. As estrelas são as meninas dos olhos de Deus, e nos olham de volta, bem no centro de nossos olhos, e mergulham através deles até a caverna onde mora nossa alma.

Quem for capaz de olhar nas meninas dos olhos de Deus nunca estará só.

Você nunca estará só.
 

Extraído do livro de Patrícia Gebrim “Deixe a Selva para os leões – Inspirações para bem viver nos dias de hoje”