Afeto demais, desejo sexual de menos? Mito ou verdade?

por Sandra Vasques

"Eu e meu marido estamos cada vez mais carinhosos um com o outro, mas sexualmente mais afastados, não nos procuramos mais. Faz 20 anos que sou casada. O que devo fazer?"

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Resposta: Afeto e bom sexo podem conviver muito bem, mas é preciso empenho, dedicação e atenção! O bom sexo não é consequência de se estar casado, conviver em harmonia e dormir na mesma cama.

Sexo, definitivamente, não é o mesmo que amor. Pode ser parte do amor, se assim desejarmos, nosso par corresponder ao desejo e buscarmos caminhos para concretizá-lo de forma criativa a cada dia.

Se, ao longo da vida, vocês cultivaram o companheirismo, a parceria, lidar com as diferenças de cada um inerentes a toda relação, se aceitaram, conseguiram vencer o desafio de ter intimidade e confiança um no outro, são ótimos amigos com certeza, mas isso não garante o sexo.

Sexo é outro departamento, no qual também precisamos conhecer um ao outro, saber o que cada um gosta, prefere, as carícias que estimulam, as fantasias preferidas, aprender a lidar com as diferenças, e conquistar intimidade e confiança. Além disso, o bom sexo tem que ser cultivado dia a dia, como se cultiva uma planta. É preciso se dedicar e não descuidar.

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Muito se lê a respeito da finitude do desejo no casamento ou nas longas relações. Não acredito que isso seja definitivo ou consequência que se dava aceitar e se acomodar com ela. Mas, manter o desejo aceso e a excitação sexual no casamento e nas relações de muito proximidade, não é uma tarefa fácil, apesar de julgá-la muito desafiadora e estimulante. Para começar, cumplicidade é fundamental. E uma boa conversa prá recomeçar pode ser um bom caminho.

Primeiro passo para uma nova vida sexual

Diga ao seu par que você deseja retomar essa parte da relação que está abandonada e que quer saber como ele percebe essa possibilidade. Afinal, vocês terão que estar juntos nessa empreitada. É muito desgastante quando só um dos dois se empenha para tentar mudar o cenário, enquanto o outro fica como um espectador da história e não como um dos personagens principais. Agora, vocês dois terão que estar abertos para escutar as necessidades, possibilidades e limites expressos pelos dois e depois partir para a ação.

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Mas, atenção, para viver o sexo a dois, antes é preciso estar disponível, pessoalmente para esse papel. É preciso se sentir mulher, desejosa e desejável. É preciso se sentir homem, desejoso e desejável. É preciso se cuidar, ter tempo disponível para pensar sobre sexo e curtir imaginar coisas gostosas de viver, fantasiar. Também é preciso perceber-se como alguém estimulante. E não quero dizer que o corpo precisa estar malhado, sarado e perfeito. Não mesmo. Isso também não é garantia de bom sexo. Mas é preciso sim estar de bem como o corpo que se tem, mostrando que existe prazer em se cuidar, transmitindo energia na maneira de agir. E se perceber que é necessário mudar de atitude, não ter medo de ousar, se isso indica que vai te fazer mais feliz.

Estss posturas pessoais, são a base, depois vem tudo o mais. Viagens interessantes, românticas ou sapecas, novas lingeries e acessórios especiais adquiridos em sex-shops, massagens a dois, realizações de fantasias, descoberta de novos interesses, novas carícias. Enfim, um olhar de novidade, trazendo um frescor para a relação, que pode ficar ainda mais recheada de afeto. Porque afeto e sexo não se opõe, podem inclusive ser complementares. Sucesso no desafio e se precisarem, busquem ajuda.