Saiba como sair da lua de mel e ingressar no cotidiano da vida em comum

Por Thaís Petroff    

Casamento é muito além de uma festa e uma viagem de lua de mel. Casamento é a livre escolha de manter-se lado a lado com uma pessoa partilhando da sua vida com ela.

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Muitas pessoas almejam ter um relacionamento duradouro, ter alguém para fazer as coisas juntos, pensam em se casar e assim passar mais tempo com aquele que se ama.

Tudo isso é realmente muito bonito e interessante com exceção de que dificilmente as pessoas estão preparadas para a realidade de lidar com a rotina debaixo do mesmo teto.

Muitas coisas se tornam diferentes depois de passar dia a dia convivendo em uma mesma casa e precisando partilhar muito mais decisões e acontecimentos.

Casar é algo realmente belo e rodeado de sonhos, devaneios e muita alegria. É o pós-chegada da lua de mel que muitas vezes se torna um grande desafio para inúmeras pessoas.

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Viver junto e fazer isso dar certo necessita de muita conversa, paciência, compreensão, cumplicidade e certamente afinidades e coisas em comum. Geralmente quando as diferenças são muito exacerbadas tendemos após diminuição da paixão a nós incomodarmos com os comportamentos e escolhas distintas que o outro tem, podendo interpretá-las como errôneas, ruins ou até como atos contra nós.

O diálogo torna-se peça fundamental para a garantia da continuidade da relação. O que antes se sustentava pelo sentimento, agora precisará de cuidado, dedicação e força de vontade para se manter.

É necessário monitorar seus pensamentos percebendo quais distorções podem haver frente aos comportamentos do outro, pois muitas vezes o que mina e distância a relação são as percepções que vamos tendo a respeito do outro e, na falta de compartilha-las com o cônjuge ou checar sua validade, elas podem ir crescendo e se somando até o momento que isso gere brigas ou até um termino definitivo.

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Não é incomum em um casal que um pense: "Ele tem tempo para fazer todas as coisas que gosta, mas quase nunca tem tempo para mim"; "Ela quase nunca tem vontade de fazer sexo comigo"; "Ele só quer saber de assistir futebol e encontrar com os amigos, mas dificilmente conversa comigo"; "Ela está sempre cansada e não tem mais vontade de me acompanhar nas diversões" etc. Esses são alguns exemplos de pensamentos que podem ser distorções cognitivas e que, se não forem devidamente registrados e trabalhados, podem levar a um afastamento do casal.

Há um ditado que diz que em casamento nunca se deve dormir com uma briga e deixá-la para o dia seguinte. Essa ideia é de excelente visão, pois se não buscamos clarear mal-entendidos ou partilhar os medos, angústias, tristezas ou irritações um com o outro, estas tenderão a se acumular e depois poderemos não saber mais onde tudo começou.

Se você quer casar e morar junto ou se já o fez, coloque a mão na consciência e reflita se você está disposto(a) a realmente fazer a coisa acontecer, se está disposto(a) a resolver as discussões não importando quem está certo ou errado, se você está disposto(a) se abrir com o(a) parceiro(a) sobre suas aflições, se está disposto(a) a ficar vulnerável para que o outro realmente te conheça e assim possam resolver as sufocações que se criam, sejam elas na realidade ou no pensamento um do outro.