Eletrencefalografia comprova melhora do humor em caminhadas longas

por Ricardo Arida

Os efeitos da atividade física regular na saúde mental, como a melhora do humor, ansiedade e depressão são frequentemente documentados na literatura científica. Consequentemente, a melhora da saúde em geral leva a uma melhora da qualidade de vida.

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Nesse sentido, trabalhos científicos correlacionam esses efeitos com um aumento da ativação de diferentes áreas do sistema nervoso central. Especificamente, a associação entre atividade física, estado de humor e ativação cerebral também tem sido demonstrada em vários estudos.

Existem evidências indicando que alterações do humor estão associadas com alterações na atividade cerebral (eletroencefalográfica) e pesquisas têm mostrado essa associação com indivíduos jovens, saudáveis e fisicamente ativos.

Reforçando esses achados, um estudo realizado por pesquisadores da Alemanha avaliou a associação entre atividade eletrencefalográfica (EEG) e humor em idosos depois de uma caminhada*. Foi observado que o aumento da atividade cortical frontal estava associado com a atividade física (caminhada de 45 a 60 minutos). Nesse sentido, estudos anteriores têm correlacionado também a ativação dessa área com o estado de humor**.

Para se ter uma ideia do tempo de caminhada mais adequado para provocar melhoras significantes, estudos anteriores mostraram que a melhora de humor não são muito evidentes com caminhadas muito curtas (menos que 10 a 15 min)***. Isso foi comprovado por outras investigações científicas relatando que essas alterações ocorrem com caminhas mais longas.

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Os efeitos benéficos do exercício nos aspectos mentais e de humor no idoso têm sido bem documentados em muitos estudos. A caminhada é uma atividade física adequada, geralmente segura e com poucos riscos para pessoas idosas.

Com respeito aos dados do estudo recentemente publicado*, podemos assumir que um programa de exercícios físicos como caminhadas longas podem melhor o estado de humor, como evidenciado por alterações da atividade elétrica em áreas do cérebro relacionadas com essa sensação de bem-estar.

Embora, as informações a respeito dos benefícios da atividade física nos vários aspectos da saúde mental do indivíduo já tenham sido evidenciadas, esse estudo confirma esses benefícios com uma análise eletrencefalográfica.

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Em conclusão, existe razões para acreditar que a atividade física regular apresenta efeitos benéficos na saúde física e mental em idades mais avançadas.

*Vogt T, Schneider S, Brümmer V, Strueder HK. Frontal EEG asymmetry: the effects of sustained walking in the elderly. Neurosci Lett. 2010 [Epub ahead of print]

**Petruzzello JS, Ekkekakis P, Hall EE. Physical activity, affect, and electroencephalogram studies. In: E.O. Acevedo, P. Ekkekakis (Eds.), Psychobiology
of physical activity. Human Kinetics, Champaign, 2006, pp. 111-128.

*** Hall EE, Ekkekakis LM, Van Landuyt LM, Petruzzello SJ. Resting frontal asymmetry predicts self-selected walking speed but not affective responses to a short
walk. Res Q Exerc Sport, 2000; 71:74-79.