Quando a falta de sexo torna-se um problema no casamento?

por Sandra Vasques

"Para minha esposa sexo não é tudo. Mas não penso assim, acho que temos que estar sempre pensando em sexo. Quantas vezes em média um casal num relacionamento normal, pratica sexo em um mês?"

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Resposta: A frequência sexual pode variar de casal para casal. E num mesmo casal, um pode querer praticar com mais frequência que o outro. Podemos dizer que existe problema quando os dois não conseguem chegar a um acordo. Esse acordo exige que ambos se coloquem no lugar um do outro e então entendam o que seu par está sentindo e desejando.

O sexo, não é tudo em um relacionamento, mas é uma parte importante, principalmente se quando os dois decidiram ficar juntos esse interesse estava claro para os dois. Se for o contrário, quando decidiram ficar juntos os dois não curtiam muito o sexo e daí, com o tempo, um foi ficando mais interessado que o outro, dá para entender que o parceiro menos interessado se surpreenda com os novos desejos. Mas mesmo nesse caso, quando há insatisfação no relacionamento, é preciso conversar aberta e sinceramente a respeito.

Se, por exemplo, um quer transar todo dia e o outro apenas uma vez por semana, o desentendimento vai ser grande. Assim, transar duas ou três vezes pode trazer mais satisfação aos dois. Mas se fosse só uma questão de matemática seria simples. Não é. O parceiro que não tem tanta necessidade de sexo precisa entender o que o leva a isso. Se for apenas um hábito, rotina, a solução é mais fácil. Precisará introduzir mais sexo em seu pensamento e no seu dia- a-dia, como por exemplo, tomar banhos mais demorados, acariciando-se e curtindo as sensações do corpo, cultivar o cuidado consigo, sentir-se atraente, ler livros ou assistir filmes com conteúdos eróticos e sensuais. E ainda, poderá solicitar uma ajuda extra do parceiro mais animado para estimulá-lo. Já este mais interessado em sexo, poderá conter seus desejos, ora se masturbando, ora buscando alternativas que também tragam prazer, mas que não tenham necessariamente conteúdo sexual, como ler um bom livro, encontrar os amigos, ir a lugares interessantes, descobrir uma receita nova e cozinharem juntos.

Se houver acordo, muito bom. No entanto, nem sempre é assim. O problema pode ser uma dificuldade emocional, questões mal resolvidas na infância e adolescência, que precisam ser cuidadas com o apoio de um psicólogo.

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Mas, mesmo sabendo da dificuldade, muitas pessoas não querem enfrentar o tratamento. Por outro lado, um dos dois, por outras razões, pode insistir em querer fazer prevalecer seu ponto de vista, sem pensar no outro. Então, aquele que não foi ouvido e está frustrado, precisará se dar conta sobre seus limites. Se realmente for importante praticar mais sexo, deve deixar claro ao que se recusa, que isso pode vir a prejudicar o bom relacionamento, pois ele estará continuamente insatisfeito. Se ainda assim, houver resistência a um acordo, parece que a outra parte está bem ciente do que quer e está bem resolvida e quem não está é aquele que fica só na vontade. Portanto, talvez seja preciso rever como ficará essa relação.

Mesmo tendo afirmado que cada pessoa e casal têm seu ritmo, deixo aqui o resultado de uma pesquisa realizada por um fabricante de preservativos em 2007, que pesquisou dentre outras coisas, qual era a frequência sexual em vários países. O Brasil ficou em segundo lugar no mundo com uma frequência sexual de 145 vezes ao ano, o que equivale a uma média aproximada de duas relações por semana. O primeiro lugar ficou com os gregos, com 164 vezes ao ano, um pouco mais que os brasileiros. A média mundial ficou em 103 vezes ao ano. Façam as contas!