Você está ligado ao divino em vários momentos do dia e nem percebe

por Cristina Balieiro

Acredito que são diferentes os modos como o Feminino e o Masculino se aproximam da dimensão sagrada da vida, independentemente de como se defina esse sagrado.

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E, vejam bem, eu disse feminino e masculino e não das mulheres e dos homens, pois um homem pode usar a forma feminina e vice-versa.

Para a forma masculina de ver, o Divino é sempre transcendente, está longe e acima do humano e dele devemos nos aproximar com muito respeito e reverência.

Para isso se erguem catedrais, sinagogas, mesquitas…

Já a forma feminina vê o Divino muito mais próximo e mais "espalhado", mais multifacetado e cotidiano.

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Ele está em muitos lugares! As diferentes Deusas mostram isso – para o feminino não é Deus, mas são Deusas, pois são variadas as formas do Divino se manifestar!

O Divino (o Sagrado) está na natureza

A gente O encontra:

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– num grande gato peludo que se enrosca em nossas pernas;

– num beija-flor que visita nosso jardim;

– numa paineira que floresce majestosa no cinza da cidade grande;

– num pequeno brotinho que insiste em surgir de uma planta que julgávamos morta;

– no nascer de uma enorme lua cheia vista da janela do apartamento;

– ou no escandaloso pôr-do-sol numa praia quase deserta.

O Divino está no mistério

O Divino – o Mistério – também pode ser "tocado" nos sonhos, nos encontros sincrônicos, nos oráculos, que de forma sutil nos encaminham para a jornada que tem a ver com nossa alma.

É um sonho que de forma metafórica, mas tão clara, nos traz um insight sobre nós e o momento que estamos vivendo.

É um livro que nem sabíamos existir, mas cuja leitura muda nossa vida.

É uma pequena borboleta que, de repente, de forma inesperada e sincrônica, voa ao redor de duas amigas quando essas falam, em tom de metáfora, que "estão vivendo tempos de crisálida antes de poder ter asas de borboleta"; como se a borboleta entendesse e concordasse com a conversa delas.

É o sábio conselho dado pelo Tarô, pelo I Ching ou um mapa astral numa hora em que só existem dúvidas.

O Divino – o Sagrado – também é encontrado pelo Feminino nas relações.

No sentimento de amor, sem ilusão ou falso romantismo, mas real e profundo quando olhamos e reconhecemos com ternura, nosso companheiro ou companheira de vida.

No encontro com o profundo mistério da vida, quando, de repente, se contempla um filho dormindo ou quando se vive o nascimento de um neto.

No encontro com o profundo mistério da morte quando damos adeus a alguém muito querido que se despede da vida.

No abraço de uma amiga, de um amigo que nos acolhe e nos faz sentir que não estamos sós nesse mundo.

No sentimento de compaixão por Nós e pelo Outro, pelo nosso humano, demasiadamente humano!

Concluindo, para a forma Feminina de experimentar o mundo, o Divino, (o Mistério, o Sagrado) não está lá longe, num céu ou num templo, mas está aqui e agora, na VIDA!

Sua benção, grande deusa-mãe grega: GAIA, a deusa da Terra!