Tenho medo constante de perder meu namorado. O que faço?

por Rosemeire Zago

"Acho que estou sendo vítima de um complexo de inferioridade, pois tenho um medo "constante" de perder meu namorado. Como lidar com isso?"

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Na verdade, o complexo de inferioridade nada mais é que a baixa auto-estima. Ou seja, não ter consciência de seu valor pessoal. E isso pode se refletir em todas áreas da vida, inclusive a afetiva. Quando há conflitos pessoais, não se acredita em si mesmo, no próprio valor e há pouco amor-próprio, a tendência é a pessoa permitir manter uma relação afetiva pouco satisfatória.

Isso tudo pode gerar o medo constante da perda do outro, pois em seu íntimo pensa que qualquer outra pessoa terá qualidades que não possui e que será abandonada.

Quando não acreditamos em nós mesmas, pensamos que toda pessoa é melhor que nós. É muito comum as pessoas se rejeitarem antes de serem rejeitadas, se abandonarem antes de serem abandonadas, evitando assim sentir a dor que isso poderá causar. O medo do abandono é mais intenso em quem já vivenciou o abandono e a rejeição em seu histórico de vida.

Solução

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Você pode fazer muitas coisas, começando a se conhecer melhor e assim aprender a se amar, condição essa essencial para amar o outro sem o medo constante de perdê-lo. O autoconhecimento proporciona uma maior consciência das qualidades e com isso a autoconfiança tende a aumentar.

O mais indicado para obter o autoconhecimento é a psicoterapia. Mas procure aos poucos reconhecer suas qualidades, ter consciência dos motivos que fazem com que seu namorado esteja com você, percebendo que muitas vezes esse medo é muito mais motivado pelo seu histórico de vida, insegurança em sua própria capacidade e valor, do que em fatos reais.

Sou madura, solteira, bonita, uma profissional bem-sucedida e moro com os pais. Mas sinto muita insegurança em certas situações, fico preocupada com que os outros vão falar. Às vezes me sinto inferiorizada. Estou ansiosa por encontrar um amor verdadeiro, pois até hoje só encontrei pessoas erradas.

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Você relata aspectos positivos de sua vida, porém parece que isso não é o suficiente para confiar em si mesma. Quando supervalorizamos a opinião das outras pessoas geralmente é porque não conseguimos ter consciência do próprio valor, ou seja, nossa auto-estima está baixa.

O fato é pensar um pouco mais ao que se refere "sempre a pessoa errada". Será que quando conhece alguém ou começa um relacionamento você considera valores que são importantes para você? Ou você simplesmente começa um relacionamento sem considerar suas reais necessidades? E quais são suas necessidades?

Quando insistimos num padrão de relação, no caso, sempre a pessoa errada, isso pode nos mostrar que por algum motivo estamos repetindo um padrão de comportamento e é preciso identificar qual é o motivo, que podem ser vários. Comece se perguntando: Eu acredito ser merecedora de ter uma relação afetiva saudável? Qual é a referência que tive durante minha vida do que é um casamento? Escreva sobre isso e pense nas possíveis respostas.

Sua insegurança em acreditar em si mesma não deve ser somente na área afetiva, pois ainda mora com seus pais. A independência e morar só te assusta? Quando nos preocupamos em demasia com o futuro deixamos de aproveitar o presente.

Reconheça os aspectos positivos de sua vida, isso deve ser feito diariamente. O mais indicado é fazer uma psicoterapia, para identificar os motivos que estão por trás ao manter um padrão repetitivo de relacionamento.