Por que não somos separados do cosmos

por Nicole Witek

"Sou parecido com todos os seres humanos do planeta. Compartilho com eles uma longa evolução biológica e histórica.

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Vivo em uma sociedade organizada, como os primatas. Tenho em comum com os primatas 99% do meu material genético. Respiro e me reproduzo como a maioria dos animais. Até as plantas têm sexo como eu.

Como eu, todas as células contêm um núcleo com cromossomos e mitocôndrias. Metabolizamos as mesmas enzimas. As bactérias adoram o mesmo açúcar que eu. Temos em comum muitos genes e a estrutura do DNA é parecida.

Nada extraordinário até agora. Isso é a longa história da vida.

Minha composição interna é a mesma: a água, o ar, a terra são iguais a mim. Como? Meus átomos de ferro, meus íons de cloro são idênticos aos de um pedaço de ferro ou a um litro de água do mar. Sem contar meus prótons, meus elétrons, meus quarks. Os quarks não são encontrados somente nos famosos laboratórios e aceleradores de partículas da Suíça! Esses quarks se encontram dentro de mim. Posso dizer que eu os produzo e libero.

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Divido meus quarks com todos: com a Via Láctea e todas as outras galáxias.

Nada de extraordinário, divido uma longa historia com a matéria da Terra e do Sol (meu astro solar), a estrela mais próxima.

Mas no meio de seis bilhões de seres humanos que povoam o planeta… Sou único. Ninguém tem as minhas impressões digitais. Ninguém é tão parecido comigo que possa me doar sua pele para um enxerto, caso eu me queime.

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Somos todos da mesma família e tenho 99,9% do material genético em comum com os outros. Apenas 0,1% é diferente, e isso é o que fará a diferença. Nunca serei igual a nenhum outro. Até uma eventual irmã gêmea será diferente de mim. Considerando somente os 23 cromossomos de minha mãe e os 23 cromossomos de meu pai, estatisticamente, a probabilidade de nascer uma irmã igual a mim seria de 1 em 2 elevado a 46ª potência! Sou único, " Uma maravilha que vale a pena ser amada e prestigiada".

A abertura deste texto é do professor *André Giordan. Ele oferece a visão de um universo grandioso, quase desconhecido: o nosso corpo.

Como frase fundamental da filosofia tântrica, que está por detrás das praticas de Hatha Yoga, podemos ler "tudo que está aqui – em mim – se encontra em todos os lugares do universo". Meu ser é elaborado com os mesmos elementos, os mesmos **tattvas (palavra sânscrita). A terra, a água, o fogo, o ar… São os tijolinhos de minha vida terrestre e os compartilho com o resto do universo.

A vida é um processo que atravessou bilhões de anos e tem um dinamismo fantástico de seleção para a transmissão de geração em geração. Os nomes e as formas mudam com o passar do tempo, mas a essência é atemporal. A vida terrestre é um processo que se autodevora e autoalimenta, onde o todo atua sobre o todo. A filosofia tântrica enxerga a terra como um organismo vivo, único, dotado de um psiquismo coletivo autônomo, que não pode ser separado do cosmos em geral. Tudo que acontece ao nosso sol, por exemplo, suas erupções regulares, perturbam mais do que as ondas de rádio que influenciam também nossa vida terrestre.

Aos poucos, nossos cientistas se aproximam de uma versão de nosso universo, que em termos simples, foi explicada aos nossos antepassados.

"Tudo que esta aqui, se encontra em todos os lugares do universo".

*Professor André Giordan – Doutor em biologia e ciência da educação na Universidade de Genebra autor de "Vishvasara Tantra" tradição milenar ou "Mon corps la premiere merveille du monde", Ed. JC Lattes, livro escrito em 1999.

**Tattvas: Tattva basicamente signficada tudo, aquilo que é ti, a verdadeira forma de tudo.
Fonte Wikipedia