Duas razões para manter as crianças longe das redes sociais

por Renato Miranda

A tecnologia da informática não só melhorou a quantidade e a qualidade de informações como ampliou a comunicação entre as pessoas através de redes sociais, em destaque o Facebook.

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Muito embora haja quem duvide das ditas “relações sociais” virtuais, fato é que cada vez mais pessoas se inscrevem nesse mecanismo virtual de relacionamento. Ademais, o número de crianças ainda por volta dos 10 anos de idade (às vezes mais novas ainda) é crescente quando se fala em Facebook.

A despeito do valor dessas “relações virtuais” no tocante à exposição pessoal e familiar, descontrole dos interlocutores por meio de informações falsas, vazamento de dados para as empresas controladoras das redes sociais e perigos proveniente de um contato amplo e intenso, como ameaças físicas e morais, violência das mais variadas formas e outros; as redes sociais já são um fato, são admitidas como resultado da evolução das tecnologias e de fundamental para grande parte das pessoas.

No entanto, muitos pais me perguntam se crianças ainda em tenra idade, que ainda nem entraram na adolescência (12 anos) devem pertencer a esse meio virtual?

Além disso, não seria esse pertencimento um meio de afastar ou dificultar uma formação pessoal mais ativa fisicamente e até mesmo socialmente, já que a relação virtual além de provocar alguém a ficar muito tempo sentado em frente ao computador ou conectado através de outro meio (ex. smartphone), se torne “viciada em rede social”?

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Minha opinião sobre isso é muito simples e firme: crianças devem ficar longe da internet, principalmente das redes sociais.

Duas razões para manter as crianças longe das redes sociais

1ª) Creio que crianças, de um modo geral, são sinceras e o meio virtual não é “amigo” da sinceridade. Ou seja, se uma pessoa quiser fracassar ou ter problemas pessoais basta ser verdadeira nas redes sociais.

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2ª) Nessa faixa etária crianças devem se exercitar, aprender movimentos (técnicas elementares dos esportes), aprender como se alimentar saudavelmente, conviver com outras crianças em espaços educativos e esportivos.

Este é um pequeno resumo, mas eficaz, que previne a obesidade infantil, o distanciamento social, a introspecção demasiada, as desordens emocionais e outros ditos distúrbios que atualmente afligem famílias.

Os pais devem estimular o aprendizado intelectual compatível com a idade (por exemplo, aprender um idioma estrangeiro, música e outros), sem esquecer o valor do desenvolvimento corporal, emocional e moral (espiritual) – valores positivos transmitidos pela família.

O contato virtual é danoso para as crianças, pois as mesmas sequer experimentaram tudo aquilo que é concreto, como por exemplo: formas variadas de movimento e experimentação de emoções em relação ao outro por meio do convívio (e o esporte é um excelente meio para isso).

Estar sozinho se comunicando com outros, sem saber (por vezes) exatamente quem são seus interlocutores, exige certo grau de maturidade e crítica, e nesse sentido as crianças ainda não estão preparadas.

Portanto, não deixemos passar a oportunidade de na tenra idade oferecer, esporte, música, idiomas, artes e tudo aquilo que possa promover a formação de uma personalidade sofisticada e preparada para os anos posteriores, a fim de inclusive, manejarem se for o caso, as redes sociais com mais disciplina e cuidado.

Pessoas que afirmam que não estar conectado é estar fora do mundo são indutoras do egocentrismo e da vaidade que acham que tudo que fazem é muito importante e por isso, muita gente precisa saber ou ainda acreditam que amigos existam por toda parte e de alguma forma todos eles têm que compartilhar algo, por mais fútil que seja até mesmo o prato que comem no almoço.

Expandir energia através do movimento corporal (e nada melhor que o esporte e atividades correlatas), convivência em um ambiente propício à liberdade e a educação disciplinada, oferecer percepções de descoberta (através de atividades desafiadoras e compatíveis com a criança), vivências com outras crianças em um ambiente com legítima percepção de segurança e supervisão de adultos preparados, são caminhos muito mais promissores do que um clique no mouse.