Decodificação e reprogramação biológica: alternativa contra o câncer

por Alex Botsaris

Para aqueles que estão numa das mais terríveis lutas que existem na medicina, a luta contra o câncer, conhecer as bases teóricas da Decodificação e Reprogramação Biológica traz mais uma possibilidade de tratamento e mais uma esperança, em especial quando o tratamento clássico com quimioterapia e radioterapia não estão sendo suficientes para debelar a doença.

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O interessante dessa técnica é que ela se propõe a criar uma metodologia para explicar o elo que pode existir entre traumas emocionais e o aparecimento de tumores. Entretanto, para entendermos melhor essa história, é preciso voltar no tempo e rever a vida de Ryke Hamer, o criador dessa linha de pensamento e tratamento.

Hamer nasceu na cidade de Mettman em 1935 e fez seus estudos superiores em teologia na Universidade de Turbingen, onde conheceu Sigrid Oldenburg que era estudante de medicina. Sigrid se casou com Hamer mais tarde, e o influenciou a estudar medicina também. Após se formar, ele foi trabalhar num hospital especializado no tratamento de portadores de câncer, onde se aprofundou nessa área, à medida em que a própria especialidade foi surgindo e se desenvolvendo no mundo. Em agosto de 1978, o filho de Hamer, Dirk, que estava num iate, em férias no Mediterrâneo, foi atingido por uma bala perdida e morreu. Essa perda foi dramática para o casal Hamer, que mergulhou numa forte depressão. Vários meses mais tarde, ambos desenvolveram câncer, Hamer de testículo e Sigrid de mama, que graças a um tratamento cirúrgico, obtiveram cura.

Hamer afirma que, no momento que ele e a esposa surgiram com câncer, teve certeza absoluta que havia uma relação com a morte do filho. A conscientização do trauma como origem do câncer, associada a medidas naturais de equilíbrio, foram o caminho para ambos obterem a cura de suas doenças, sem outro tratamento além do cirúrgico.

A partir desse insight a vida profissional de Hamer deu uma guinada radical. Atuando num hospital com dezenas de pacientes oncológicos, ele começou a buscar e, segundo sua avaliação, encontrar eventos emocionais que justificavam o surgimento da doença nesses pacientes. Logo sua atividade no hospital, assim como suas ideias, começaram a gerar conflitos com os colegas. Hamer queria desenvolver seus estudos como uma tese de doutorado, mas suas propostas não foram aceitas. Nessa época ele tentava provar a existência da sua primeira lei chamada de “Lei Férrea do Câncer”.

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Lei férrea do câncer

Segundo essa lei, todo câncer antes de existir como doença, aparece na forma de um conflito no cérebro. Quando esse conflito não se soluciona, ele vai gerando um ciclo vicioso de emoções e eventos negativos que culmina com o surgimento das células cancerosas. Ou seja todo câncer é decorrente de um conflito emocional. Á medida que foi desenvolvendo suas atividades investigativas, observando outros casos de câncer, ele foi criando outras leis, que ele chamou de “Cinco Leis da Biologia”.

A segunda lei fala da característica bipolar da evolução das doenças, após o evento crítico traumático que as ocasiona, com uma fase inicial reativa – que ele chamou de “simpaticotônica” seguida de uma segunda fase mais depressiva ou “parassimpático-tônica”. A terceira lei propõe uma relação entre a *ontogenia do cérebro e a doença em si: e afirma que, dependendo dá área do cérebro mais envolvida no conflito – dividindo entre a mais recente (neocórtex), a intermediária (núcleos da base, formação reticular e cerebelo) ou as mais antigas (tronco cerebral) – a região onde o tumor pode surgir (sua localização) muda.

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A quarta lei diz que os micro-organismos não são a causa das doenças infecciosas, mas sim instrumentos de cura que o cérebro utiliza ao permitir sua invasão no organismo, para estimular a imunidade. O estímulo imunológico visa destruir tumores que estão sempre em formação no organismo. E finalmente a quinta lei também chamada de quintessência, diz que as doenças não são problemas, e sim processos, onde os organismos buscam o reequilíbrio frente aos traumas ocorridos durante a sua existência.

Hamer tinha uma postura excessivamente passional e dogmática com a sua teoria. Não aceitava nenhum outro tratamento ou forma de pensar. Os pacientes que o procuravam, ele aconselhava a não fazer nenhum tratamento convencional, nem mesmo cirurgia, e apenas seguir as práticas e exercícios que ele ensinava. Muitos pacientes com tumores tratáveis pelas técnicas convencionais, deixaram de se tratar, e alguns faleceram. Em 1983 Hamer teve sua licença de médico caçada na Alemanha. Perseguido ele clinicou na França, na Espanha e na Noruega.

Sigrid sua esposa não resistiu ao ambiente de conflito, perdas e perseguição e acabou falecendo em 1985. Isso tornou Hamer ainda mais radical e arraigado em suas teses, disposto a correr qualquer risco em prol de suas ideias. A radicalização entretanto só trouxe prejuízo. Ele se envolveu num conflito com o governo da Áustria ao fazer seus métodos de tratamento na pequena Oliva Pilhar de apenas 8 anos, com um câncer de rim chamado de tumor de Wilms, que tem mais de 90% de chance de cura com tratamento convencional. Durante o tempo que ele tratou dessa criança o tumor cresceu muito, chegando a pesar 4 quilos comprimindo vários órgãos no abdome. Finalmente uma decisão judicial retirou a criança da clinica onde estava sob seus cuidados, e ela fez o tratamento convencional e está viva até hoje. Entretanto os pais de Olívia, até hoje elogiam o trabalho de Hamer, mantendo um site no ar com esses elogios, o que faz pensar que algum bem ele trouxe a essa família.

Hamer esteve preso na Alemanha e na França, por exercício ilegal da medicina e curandeirismo e hoje mora na Noruega.

Entretanto isso não tira a originalidade do seu pensamento e a importância de sua ideia, que o centro do tratamento de uma doença complexa como o câncer precisa, necessariamente, mobilizar e estimular todas as forças do indivíduo, em especial aquelas geradas no cérebro.

* origem e o desenvolvimento de um organismo