Por que fico deprimido na época de Natal e Ano Novo?

por Joel Rennó Jr.

Quem é mais suscetível a ficar deprimido no final do ano?

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Os quadros de depressão no fim de ano são muito comuns, podendo aparecer, particularmente, entre pessoas que têm vulnerabilidade para aceitar mudanças no ritmo e nas circunstâncias de vida do ser humano. Há vários contextos e situações de vida que incidem neste período e que funcionam como gatilhos estressores.

Memórias remotas negativas, lutos e feridas psicológicas ainda latentes e dolorosas podem contribuir para a depressão natalina, por exemplo.

É comum que em determinadas épocas do ano, as pessoas reajam de maneira diferente, em consequência aos determinados estímulos que a estação do ano, épocas comemorativas, férias, bem como fim e início de ano. Muitas vezes sentem-se eufóricas, cheias de esperança; mas, em outras, ficam mais recolhidas e pensativas, com o humor deprimido, algumas sentem dificuldade de sair da cama, ou aumentam o consumo de massas e chocolates (alimentos precursores de serotonina). Outro sintoma comum costuma ser a falta de motivação para realizar as funções básicas do dia a dia. Muitas pessoas não se sentem felizes com o advento do Natal e do Ano Novo, e sua tristeza, contextual e localizada, a faz sentir culpada por não conseguir achar graça em comemorar algo que todos estão comemorando.

Banalização

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Muitos profissionais não acreditam que esses sintomas são motivos para procurar um médico, pois consideram que: “a pessoa está tristinha” e “um pouquinho desanimada”. A questão é: Quem se responsabiliza pelas proporções que esse estado de desânimo pode chegar? Como nós, profissionais da área da saúde mental, podemos qualificar e banalizar sentimentos das pessoas? Como autorizar aquele que sofre a deixar de lado seu sentimento, legitimando sua tristeza como “menor” ou “não tão grave”.

É muito importante que a depressão de fim de ano, ou não, seja diagnosticada e orientada por profissionais das áreas competentes e responsáveis. Temos todos que ficar atentos. Profissionais, familiares, amigos e até mesmo aqueles que estão passando por tal situação. Justificar como sendo comum ficar triste no Natal ou no fim de ano, é o mesmo que abandonar ao mero acaso tal sofrimento, sendo que a medicina e a psicologia, atualmente, possuem recursos com poucos efeitos colaterais e eficazes – para casos específicos e contextuais.

Sentimentos de depressão podem ser altamente danosos à saúde

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Os sintomas de depressão podem ser altamente danosos à saúde, um exemplo é o fato do consumo ou da compulsão por carboidratos, açúcares e álcool, que além do aumento de peso, traz consigo problemas cardíacos, risco de diabetes, dependência e outras doenças, além do comportamento distorcido de que tais ações tranquilizam e miniminizam a dor.

Caso você tenha qualquer sintoma melancólico ou depressivo, procure ajuda médica, pois quanto antes seu diagnóstico for detectado, mais rápido será o tratamento e, consequentemente, o alívio do sintoma.

Mesmo aqueles que não se sentem deprimidos, aproveitem o final de ano para fazer um balanço de tudo o que aconteceu, e fazer novos projetos, estabelecendo novas metas.

Para muitos, datas como Natal e Ano Novo lembram família.

Perdas e mortes, separações, luto e saudade podem favorecer, em indivíduos vulneráveis, o surgimento de um quadro depressivo. Sua intensidade varia de acordo com cada pessoa.

A imagem de propagandas e programas de TV com pessoas extremamente felizes festejando o Natal e o Réveillon levam alguns a acreditar na alegria de todos, menos na sua.

Depressão: 15 sintomas mais comuns

1º) Pessimismo;

2º) Dificuldade de tomar decisões;

3º) Dificuldade para começar a fazer suas tarefas;

4º) Irritabilidade ou impaciência;

5º) Inquietação;

6º) Desejo de morrer;

7º) Chorar por qualquer motivo;

8º) Dificuldade de terminar coisas que começou;

9º) Sentimento de pena de si mesmo;

10º) Persistência de pensamentos negativos;

11º) Queixas frequentes;

12º) Sentimentos de culpa injustificáveis;

13º) Perda ou aumento de peso e apetite;

14º) Insônia;

15º) Perda ou diminuição do desejo sexual.