Depressão puerperal: não hesite em ajudar

por Regina Wielenska

Faz dias que assisti a uma entrevista da Gwyneth Paltrow no Canal GNT. Conversa vai, conversa vem, ela revela ter tido uma forte depressão pós-parto, condição esta que foi reconhecida primeiro pelo marido da atriz. Nessa hora a entrevistadora, Amanda Cadenet, relata ter também tido um quadro bem similar, do qual se sente ainda em recuperação.

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São mulheres articuladas, com recursos financeiros, boa assistência médica, suponho. Isso não as imunizou de serem acometidas por esse transtorno que afeta cerca de 13% das puérperas.

No link abaixo, somente a título de ilustração, o canal CBS menciona celebridades que sofreram com a depressão pós-parto.
www.cbsnews.com/pictures/10-celebrities-who-battled-postpartum-depression//RK=0/RS=k1aADQ7xwOagwVJrExo1ZiKnUeo-

Em casos raros a mulher pode até ser acometida por pensamentos de morte, para si e para a criança. Precisamos entender que as mudanças hormonais de uma gravidez podem favorecer a depressão pós-parto.

Adicionalmente, são muitas noites maldormidas, visitas que querem conhecer a criança, a reviravolta hormonal que leva um tempo pra assentar, a pressão social para recuperar logo o corpo de antes da gravidez, despesas e muitos imprevistos. Nem sempre enfermeiras obstétricas e médicos menos experientes reconhecem nas puérperas a síndrome depressiva. Familiares, por sua vez, desconhecem esse quadro e ocasionalmente cobram da mulher que ela seja forte, tenha amor pela criança e se recomponham de acordo. Pedem o impossível, sem dúvida!

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É muito importante que a puérpera receba auxílio médico e psicológico o mais rápido possível. Não raro a depressão faz a mãe sentir-se emocionalmente afastada do recém-nascido. E isso gera uma culpa terrível, a sensação de que ela será uma mãe ruim, de que a relação mãe-bebê é inviável. Mulher alguma imagina-se capaz de sentir algo assim por seu rebento; e se ela divide suas emoções com quem é desinformado, pode ser criticada pelo ouvinte ou ter seus sentimentos minimizados.

Se você conhece alguma puérpera assim, não a censure e incentive a adesão ao tratamento adequado, com muito apoio e informação, tão dolorosa condição clínica vai ser combatida com sucesso, para o bem da mãe, criança e todos ao redor.