Crise da meia-idade: principais desafios

por Antônio Carlos Amador

A crise da meia-idade é vista como um período de sofrimento psicológico que ocorre em alguns indivíduos entre os anos intermediários da idade adulta, aproximadamente dos 45 aos 60 anos. As causas podem incluir eventos de vida significativos, bem como problemas e preocupações com a saúde e a profissão. De qualquer forma todo período de crise também comporta novas oportunidades.

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Sobre as pessoas nessa fase gravitam tomadas de decisão e recolocações no plano profissional. No familiar, delas dependem muitas vezes pais idosos, sogros, filhos em vias de escolher profissão e parceiros. Elas mesmas podem ter problemas no relacionamento conjugal. Além disso, o corpo não é mais o mesmo: aparecem os primeiros problemas de saúde, tendo que lidar com dificuldades nessa área.

É um momento em que são necessárias novas adaptações no domínio profissional e também no familiar. Ocorrem as desilusões e as colocações realistas. O jovem que outrora "prometia muito" agora é um veterano que precisa responder a exigências mutáveis para as quais não foi treinado.

Na vida de família tem que conviver com as dificuldades dos pais e dos sogros, muitas vezes tendo de cuidar da saúde frágil, corporal e mental, dos mesmos. No outro extremo enfrenta também as ansiedades dos filhos, que agora se dispõem a criar uma nova família e romper o vínculo de origem.

Com a saída dos filhos a casa fica vazia, exceto nos fins de semana quando fica cheia de netos. O ninho vazio é uma marca da existência do homem e da mulher de meia-idade. Com menos contatos com outros se concentram na relação deles dois, cara a cara. É um momento crítico, em que cada um pode buscar novos interesses profissionais por separado e distanciar-se afetivamente.

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Depois que criaram os filhos esperam desfrutar as seguranças e os resultados de uma vida dedicada ao trabalho. Não é nada raro que se angustiem ante os sinais precoces de cansaço do corpo e do ânimo: rugas, operações cirúrgicas, desilusões, incompreensão e solidão. Tudo isso junto, unido à monotonia e a um sentimento difuso, mas persistente, de desencanto pode converter o casal de meia idade-em pessoas frustradas, hóspedes de consultas de médicos de distintas especialidades. Irão se queixar de estresse, dores na coluna vertebral, inapetência, insônia, dores de cabeça ou depressão.

É preciso evitar o pânico irracional ante o envelhecimento, cujas fobias se põem diante dos olhos, por antecipação. Uma etapa que a maioria das pessoas pode superar por si mesma, abrindo novos horizontes e desenvolvendo criativamente a personalidade através de projetos que preencham a vida com mais consciência, vibração e energia.