Dormir pouco pode causar ganho de peso

por Jocelem Salgado  

Uma boa noite de sono é muito importante e essencial para que possamos realizar nossas tarefas diárias, a qual favorece uma maior disposição, além de poder contribuir na prevenção de diversas doenças. No entanto, a falta de sono pode ser perigosa para a nossa saúde, limitando certas atividades. Muitos são os fatores que influenciam a qualidade do nosso sono, mas saiba que a alimentação pode ser considerada um dos principais fatores.

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O sono é dado pela transformação do dia pela noite, sendo que essa mudança ocasiona a secreção de melatonina, um sedativo natural, o qual nos faz sentir sono. Este é um período dinâmico que envolve diferentes atividades cerebrais, passando por estágios de vigília até o sono profundo durante a noite, os quais são estágios importantes para a memória e, principalmente, na manutenção adequada do organismo. É durante o sono que ocorre a modulação de funções neuroendócrinas e metabolismo da glicose. Porém, mudanças ocasionadas durante o sono podem sofrer alterações metabólicas, o que pode levar a diminuição da tolerância à glicose e sensibilidade à insulina, sendo estes os hormônios responsáveis por promover o aumento do apetite, podendo levar à obesidade. No entanto, o período de sono pode ser diferente para cada individuo, variando conforme alguns fatores, principalmente, com a idade. Pessoas adultas saudáveis, por exemplo, podem precisar de 7 a 8 horas diárias de sono para ter um sono de qualidade, o que é diferente para uma criança, adolescente ou idoso.

Alimentos como fast-food, gorduras, doces, álcool e o cigarro, são alguns dos fatores relacionados ao aparecimento da insônia e outras desordens, além disso, os alimentos que possuem cafeínas, como o chá mate, chá preto, energéticos e café são considerados estimulantes; e não é recomendado seu consumo antes de dormir. Deficiências em vitaminas do complexo B, minerais e do triptofano, um aminoácido adquirido na dieta, também podem contribuir para a perda do sono, pois a falta desses nutrientes contribui na redução da secreção de melatonina, o hormônio responsável pela regulação do sono.

A insônia é um dos distúrbios de sono que afeta milhares de pessoas e pode ser caracterizado pelo sono insuficiente ou de baixa qualidade, o que propicia diversas consequências na saúde física, além da obesidade e hipertensão, distúrbios mentais como déficit de atenção, depressão e ansiedade. Apesar de ser considerado um distúrbio comum e com tratamentos, esses tratamentos geralmente ocasionam reações indesejáveis no organismo, como também, podem causar dependências.

Estudos evidenciam que as pessoas com uma dieta equilibrada e saudável possuem uma melhor qualidade de sono, visto que esses conseguem dormir em torno de 8 horas diárias, ao contrário das pessoas que consomem alimentos mais calóricos, com elevados teores de gorduras e carboidratos, os quais favorecem a tendência em dormir um menor período. Além disso, outros estudos também mostraram que pessoas que dormem menos que 6 horas diárias, estão associados, principalmente, com indivíduos propensos à obesidade, pois a falta de sono, como dito anteriormente, pode ocasionar mais apetite.

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Uma alimentação saudável pode proporcionar uma melhor qualidade de vida e muitos estudos enfatizam que alguns alimentos podem atuar como sedativos naturais. Uma pesquisa mostrou que o consumo de kiwi pode melhorar a qualidade do sono em pessoas com desordens no sono. Neste estudo, os indivíduos consumiram todos os dias, durante 4 semanas, dois kiwis, uma hora antes de dormir. Os resultados obtidos mostraram a melhora do sono, tanto no aparecimento, como na duração e eficiência entre as pessoas que possuíam esses distúrbios. Isso pode ser explicado pela significativa ação antioxidante do kiwi dada pela composição rica em vitamina C, antocianinas, flavonoides e carotenoides, pois pessoas portadoras do distúrbio do sono apresentam níveis elevados de estresse oxidativo. Além disso, o kiwi apresenta concentrações elevadas de serotonina, a qual é o produto final do metabolismo do L- triptofano e sua falta pode levar ao aparecimento dos sintomas da insônia.

Outros alimentos são investigados quanto a relação das propriedades terapêuticas sobre a insônia, como o consumo de uma variedade de cerejas, o que pode demonstrar que esse consumo está relacionado com uma melhor qualidade de sono contribuindo na prevenção das desordens do sono com o avanço da idade, pois as cerejas apresentaram elevados níveis de melatonina, serotonina e triptofano.

Esses estudos podem nos mostrar a necessidade de uma dieta equilibrada e no consumo de alimentos saudáveis como as frutas, as quais podem trazer diversos benefícios com o seu consumo, principalmente, na hora de dormir. O tratamento das desordens dos sonos requer cuidados, evite o consumo de alimentos altamente calóricos, alimento energéticos, exercícios físicos antes de dormir, e prefira o consumo de alimentos mais leves, como frutas e lanches naturais.

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Como sabemos, o sono é muito importante para a saúde física, mental e para a manutenção adequada do organismo. Para isso, pratique um estilo de vida saudável, alimente-se bem para ter uma melhor qualidade de sono, evitando consequências para o organismo.

Atenção!
Este texto e esta coluna não substituem uma consulta ou acompanhamento de um médico e não se caracterizam como sendo um atendimento.