Amar é embarcar em uma viagem…

por Roberto Shinyashiki
 
Amar é uma viagem a ser feita com alguém, na qual, ao mesmo tempo em que desfrutamos essa entrega, desvendamos os mistérios que ela nos apresenta a cada momento.

O amor é uma força que nos leva a enfrentar todos os nossos medos, criados desde as primeiras experiências dolorosas de aproximação. Nos torna corajosos e ousados, prontos a desafiar o tédio e o comodismo, a enfrentar o cotidiano, sem deixá-lo se transformar em rotina.

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Ele faz nos sentirmos aprendizes, concedendo-nos a suprema compreensão de que, quando somos movidos pelo impulso do amor, realizamos algo. No amor, não estamos nos submetendo ao outro, mas sim obedecendo às ordens do sábio que existe dentro de nossos corações.

O amor nos dá coragem para enfrentar todas as mensagens negativas ouvidas na infância, do tipo “homem não presta” e “mulher só dá trabalho”, que poluem nossos pensamentos. É um sentimento que nos proporciona a sensação de gratidão para com a existência; um sentimento de ser abençoado pela dádiva divina. Em retribuição, somos levados a cuidar desse amor.

Por isso, não podemos exigir a perfeição do ser amado, pois, como dizia o filósofo grego Aristóteles: “O amor é o sentimento dos seres imperfeitos, posto que a função do amor é levar o ser humano à perfeição”.

O amor é muito mais que o encontro de dois corpos, muito mais que a união entre duas pessoas. É a própria consciência da existência: a crença nas forças divinas, que cuidam de todo o universo e que nos levam um ao outro, com a mesma fluidez com que aproximam uma nuvem de uma montanha, que nos proporcionam uma força sobre-humana, que dão energia ao vento, ao mar e à chuva e que nos tornam grandes como pinheiros gigantescos.

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No amor, seguimos um caminho realizando uma história, cujo final, apesar de todo o nosso conhecimento, só vamos saber quando a completarmos.

A única certeza que temos é a de que o amor é uma condição inerente ao ser humano. Assim como a flor emana seu perfume, o homem naturalmente exala o amor. Isso é tão inevitável quanto é impossível proibir a terra molhada de desprender seu cheiro.