Estresse no trabalho pode causar dificuldade para engravidar?

As mulheres não estão adiando somente os planos de casamento, mas de maternidade também. Com necessidade cada vez maior de alcançar estabilidade profissional, a taxa de infertilidade da população mundial, em torno dos 10%, tende a se elevar rapidamente. Até porque as chances de engravidar despencam de 20% para 8% depois dos 40 anos. Apesar dos avanços da fertilização in vitro, como impedir que o estresse adie os planos de gravidez?

“As causas da infertilidade são atribuídas a homens e mulheres em taxas iguais (40%). Além disso, 20% dizem respeito a outros problemas, como a incompatibilidade entre os cônjuges. Novas tecnologias têm permitido engravidar com idade cada vez mais avançada. Mas, em alguns casos, a mulher tem de escolher entre dar um tempo na carreira ou seguir adiante com o tratamento para engravidar”, diz Silvana Chedid, ginecologista especializada em Medicina Reprodutiva

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Ela chama atenção para o fato de que, para quem sempre esteve em meio a papéis e decisões por tomar, talvez a opção por interromper a carreira única e exclusivamente para curtir a maternidade antes, durante e depois não seja uma boa ideia.

“Apesar de tantas conquistas, muitos empregadores ainda não veem com bons olhos quando a mulher prioriza os planos pessoais em detrimento da lealdade à empresa. Com certeza, deixar de receber promoções ou novos desafios causará impactos emocionais. Além disso, optar por encarar o estresse no ambiente de trabalho poderá evitar que a paciente canalize toda sua ansiedade na tentativa de gerar um filho”, diz Silvana.

Se algum tempo atrás era muito arriscado ter um filho aos 40, a médica afirma que hoje esse limite está bastante elástico. “Até mulheres com 50 anos ou mais podem encarar uma gravidez, desde que recebam acompanhamento médico durante a gestação e não sofram de cardiopatias, hipertensão arterial e diabetes. Também é aconselhado buscar tratamentos alternativos para manter o estresse sob controle. A acupuntura, por exemplo, vem sendo incorporada à maioria dos tratamentos de fertilização in vitro como forma de trabalhar o emocional das futuras mamães”.