Ele (a) usa drogas. O que fazer?

por Grupo de Aprimoramento Junguiano sobre Questões Amorosas – Clínica Psicológica PUC/SP

Não adianta elaborar uma lista de qualidades de um parceiro ideal e sair à sua procura. Pode-se até encontrá-lo, mas nada garante que o amor surgirá. O mais comum, é se apaixonar por alguém bem distante do modelo ideal. Este é um dos riscos mais assustadores da condição amorosa e dá muita insônia para os pais ao imaginarem com quem seus filhos poderão se envolver…

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Amor e paixão aparecem quando e com quem menos se espera. Não foi à toa que a mitologia grega atribuiu o Amor à ação de um deus: o caprichoso Eros. Como divindade, ele exige ser servido e se apresenta como um daimon (guia) desafiando a vontade individual. Muitas religiões vêem na atração amorosa a ação de um carma (destino).

Do ponto de vista psicológico, os determinantes da atração amorosa são de ordem inconsciente. Sua função é trazer rupturas e desvios necessários para o desenvolvimento psicológico. Desse ponto de vista, a escolha não é tão aleatória, embora fora do controle consciente.

Por conta disso, ninguem está livre de se envolver com um parceiro que traga consigo questões difíceis, defeitos, vícios, enfim, imperfeições. Uma das questões mais dolorosas é o envolvimento do parceiro com drogas. Neste caso, também vale indagar o sentido dessa escolha do inconsciente: o que devo aprender com esta relação? O que este parceiro (a) está me obrigando a olhar?

Depois, é hora da decisão: quero me manter na relação? Para responder, além do afeto, é preciso levar em conta pelo menos tres cenários:

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1º) Aceitar simplesmente a condição do parceiro, sem cobranças, segurando as pontas, sabendo dos limites que esta condição pode trazer. Vai depender do grau de comprometimento que o uso da droga traga para o cotidiano.
2º) Assumir que não quer esta condição e sugerir ao parceiro que gostaria de ajudá-lo a abandonar o vício. Vai depender da vontade e capacidade do parceiro.
3º) Renunciar ao relacionamento.

Resumo: não somos responsáveis por quem nos apaixonamos, mas somos responsáveis por quem escolhemos para nos relacionar.