Como estamos gastando nossa energia?

por Angelina Garcia

Acordava cansada. Talvez pelas exigências do cotidiano; talvez pelas preocupações que levava para a cama; talvez pelo trabalho noturno do inconsciente. Doente não estava, conforme asseguravam os exames que Marcela, impreterivelmente, realizava uma vez por ano.

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Embora a persistência do cansaço possa nos remeter a diferentes causas; observar como despendemos nossa energia nas atividades do dia-a-dia poderá nos ajudar a amenizá-lo. Comecemos pelos primeiros pensamentos, assim que despertamos.

Algumas pessoas se dizem cansadas só em lembrar o que as espera pela frente. As várias e diversificadas tarefas aparecem em desordem, fazendo com que pareçam ainda mais difíceis e pesadas. Nesse caso, a primeira providência é colocá-las em seqüência por prioridade, dando-se, se necessário, um tempo para escrevê-las. Além de favorecer a organização do pensamento, dispor de algo concreto nos deixa mais seguros.

A qualidade dos pensamentos é outro fator a ser considerado. Quando negativos, minam a energia; o corpo reage com sintomas de indisposição ao que achamos que não vai dar certo, comprometendo as ações seguintes. Por outro lado, mentalizar essas ações, procurando antecipar as agradáveis sensações de seus bons resultados, tem o poder de nos manter alertas e ágeis. Esse estado de prontidão nos permite aproveitar melhor o tempo, corrigir lapsos, ou criar soluções para transpor possíveis obstáculos.

Além disso, com os canais da percepção abertos, conseguimos identificar com mais clareza cada passo a ser dado para ao cumprimento das metas estabelecidas; assim como avaliar a real importância de cada uma e mudar, durante o percurso do dia, aquilo que considerarmos inútil. Não apenas a força mental ou emocional, mas também a física deve ser devidamente direcionada: cuidar da respiração, do nível de tensão muscular, das posições do corpo, durante as atividades. Essa prática salutar, com o tempo, vai renovando nossa energia.

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Nada disso, porém, fará sentido se, nesse processo, não for dada a atenção necessária aos nossos desejos. A pergunta a ser feita por Marcela, então, deveria investigar o quanto suas ações diárias estariam de fato colaborando com eles. Se as conduzirmos de modo a nos revelarem o que há de melhor em nós, se sentirmos que cada ato realizado ou a realizar é parte de nossas escolhas e estão a serviço de nossos projetos de curto, médio ou longo prazo, o prazer será, com certeza, maior que o cansaço.