Temos guarda compartilhada, mas o pai consome cocaína e álcool. O que faço?

por Danilo Baltieri

"Eu e o pai de minha filha de quase seis anos temos guarda compartilhada. Ela sempre preferiu ficar com o pai. Mas ele ultimamente tem usado muita droga: cocaína e álcool. Isso está fazendo com que mude seu comportamento. Minha filha está mais carente e reclama que ele não gosta dela, que não da mais atenção a ela. O que faço?"

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Resposta: Certamente, os melhores interesses para o bem-estar global da criança devem ser sempre observados, seja nos casos de guarda compartilhada ou de convivência em conjunto. Ter um dos pais que faz uso de substância psicoativa certamente não é adequado para o bem-estar e desenvolvimento da criança e medidas precisam ser tomadas.

Tal preocupação é pauta comum em várias cortes familiares em diversos locais ao redor do mundo, conferindo poder ao juiz para determinar a realização do exame toxicológico dos pais, desde que haja forte suspeita do problema. Geralmente, esta "forte suspeita" provém de fontes como antecedentes criminais em que o uso de substâncias foi registrado, documentos médicos, ou mesmo de testemunhas que confirmam o problema de forma confiável. A partir disso, testes toxicológicos e avaliação pericial podem ser solicitados.

De acordo com a sua pergunta, sua filha tem reconhecido um problema com o genitor e isso a tem afetado negativamente. E, também, sua filha parece preferir a presença dele.

Tudo isso deve ser levado em consideração, sempre observando os melhores interesses de sua filha. Não conhecendo todos os detalhes do problema e da situação, é impossível oferecer alguma opinião diretiva para a sua dúvida. Entretanto, é importante ter em mente que a dependência de substâncias é uma doença médica reconhecida. O portador precisa procurar tratamento especializado, objetivando a interrupção do consumo da substância e, consequentemente, a melhora de sua qualidade de vida.

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Muitas vezes, infelizmente, o portador do quadro de dependência química não reconhece que padece de uma doença, nem mesmo percebendo os problemas sociais, familiares, financeiros etc decorrentes dela. Assim, é fundamental que membros familiares e mesmo amigos ofereçam ajuda e verifiquem a melhor maneira de ajudar o portador.

Sua filha está sofrendo com o problema. Isso já é motivo mais do que suficiente para mostrar ao seu ex-esposo a necessidade de modificação comportamental e tratamento urgente. A inclusão de outros membros familiares pode, repito PODE, ser útil.

Muitas vezes, uma solução menos belicosa pode ser mais efetiva. No entanto, em situações de alto risco, a denúncia pode ser aventada. Você deve procurar um profissional especializado para expor a situação e dirimir suas dúvidas, também de forma rápida.

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Boa sorte.