Jovens disciplinados e determinados têm menos chance de consumir drogas

Da Redação

O consumo de drogas entre os jovens é motivo de preocupação e debate na sociedade atualmente. Levantamento realizado pelo departamento de Psicobiologia da Universidade Federal de São Paulo – Unifesp, em 28 escolas da rede particular de ensino de São Paulo indicou que a droga mais consumida pelos adolescentes no mês anterior à pesquisa foi o álcool (50,2%), seguida do tabaco (14,1%) e outras drogas (11,6%).

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Foram entrevistados 2.691 estudantes do ensino médio, a maioria com idade entre 15 e 16 anos.

Apesar de índices tão elevados, a pesquisa também apresentou um aspecto interessante da questão: quais fatores que afastam esses mesmos jovens do envolvimento com drogas. Em sua dissertação de mestrado, a pesquisadora Tatiana de Castro Amato concluiu que determinadas características avaliadas nesses estudantes, como autoestima, determinação, disciplina e adaptabilidade, estão relacionadas a uma menor probabilidade do abuso de álcool e tabaco associado ao uso de outras drogas.

“Esse resultado ressalta a relevância de ações e valores, especialmente a disciplina e determinação, para prevenção ao uso de drogas na adolescência, cuja prática tem sido um grande desafio”, diz Tatiana Amato. “Esses fatores estão mais relacionados à prática esportiva e ao bom desempenho escolar. Saber que eles também se relacionam ao menor uso de drogas os tornam mais preciosos para o desenvolvimento do adolescente”, explica.

Na prática

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De acordo com ela, existem poucos trabalhos que abordem quais comportamentos ou características dos adolescentes diminuem as chances de envolvimento com o uso abusivo de drogas ou de comportamentos de risco. “A maioria deles tenta somente responder o que leva alguém a usar drogas”, completa, ressaltando a importância do estudo.

A redução da vulnerabilidade dos adolescentes a partir do investimento em hábitos, características internas e ambientes saudáveis ao desenvolvimento deve ser objetivo dos programas de promoção da saúde. Como lembra Tatiana, “algumas intervenções em escolas e serviços de saúde, com foco em autonomia e responsabilidade do adolescente, têm se mostrado eficientes na prevenção ao uso de drogas”.