Vai casar? Consulte um miniguia para adaptar-se à nova fase

por Tatiana Ades

A saída da casa dos pais não pode ser um motivo de fuga, muito menos diante de uma decisão tão importante como a do casamento.

Continua após publicidade

É preciso que a mulher tenha certeza de que está saindo para construir um novo mundo ao lado de quem ama e não para modificar uma rotina da qual não gosta.

Deve-se encarar a saída da casa dos pais com muito otimismo e maturidade. E lembre-se, uma família não é trocada por outra, ao contrário, uma nova família se une à outra e isso é motivo para crescimento interior: uma fase maravilhosa onde a mulher dá o primeiro passo para ser cúmplice de um novo lar.

É importante ter metas traçadas antes de morar com o parceiro e estabelecer limites internos, sabendo sempre que mudanças podem gerar comparações, mas que nossas escolhas devem ser maduras e honestas.

O melhor termômetro (e não há outro mesmo) é morar temporariamente com o parceiro antes de se casar oficialmente, pois só dessa forma a pessoa perceberá o que o outro não mostra no dia a dia do namoro, por vergonha ou por falta de intimidade.

Continua após publicidade

A intimidade traz a percepção de que o outro é um ser humano como todos os outros. Por isso alguma cautela é necessária, como por exemplo, não deixar que o fato de estar sob o mesmo teto torne a privacidade nula. Pelo menos enquanto ainda não se sentir à vontade, pode se manter uma certa distância de situações constrangedoras, como usar o banheiro na frente do outro.

Para evitar decepções é importante saber os seus limites e respeitá-los, dividindo com o parceiro, dizendo o que incomoda, sabendo ouvir os limites dele. Lembre-se sempre de que o relacionamento é uma grande troca e ambos os lados devem saber doar e ceder, caso contrário as brigas irão surgir.

Nada melhor do que o diálogo sincero para conseguir o equilíbrio necessário dentro de um novo lar, por isso não esconda nada. Seja você mesma sem deixar de fazer o que gosta pelo outro, mas respeitando aquele que está sendo seu companheiro, talvez até por toda vida.

Continua após publicidade

Ressalto outro aspecto: jogos de poder, como querer competir com o parceiro, só trazem infelicidade. Numa relação emocionalmente inteligente, ninguém é líder ou submisso, pois ambos sabem que precisam decidir para poderem crescer de forma saudável.

Aprendizado na infância

Tudo o que aprendemos na infância e adolescência está presente em nós e há quase sempre a repetição de padrões familiares na vida amorosa. Se uma pessoa recebeu uma educação sem limite, certamente terá gravado isso em seu inconsciente e seguirá esse padrão. Essas pessoas geralmente têm dificuldade em ouvir um "não", às vezes exageram com frustrações e se exaltam. É preciso modificar os padrões e repensar na sua forma de agir caso isso ocorra.

A educação dos pais se reflete na vida do casal, isso porque o que nos foi ensinado ou presenciado é visto por nós como real e familiar. Por mais que o familiar não seja totalmente correto, quando criança não temos discernimento para reconhecer padrões certos ou errados e a tendência é a repetição na vida adulta.

Pessoas que tiveram uma educação saudável, com limites e amor, com tolerância e bases sólidas, tendem a ser companheiros muito mais saudáveis quando adultos, pois possuem informações do que é ter um lar pacífico, sem brigas, sabem dialogar e respeitar a si mesmo e ao outro.

Relacionamentos onde a figura materna ou paterna de um dos lados ou ambos esteja ainda muito presente, é muito prejudicial à relação. Isso não significa que a família não deva estar presente, mas ela não pode interferir na vida do casal.

Divisão de tarefas

Hoje em dia é comum a divisão de tarefas, já que em geral ambos trabalham fora. Mas ainda existe uma certa pressão social e machista. Muitos casais ainda desempenham papéis onde a mulher cuida da casa e o homem é o provedor. Não há problema nessa escolha de vida, mas o importante é que isso seja feito com o consentimento de ambos e não de apenas uma das partes. Uma mulher não pode deixar de trabalhar fora, apenas para satisfazer o parceiro, pois mais tarde certamente as brigas surgirão e as escolhas de vida que foram deixadas para trás serão jogadas na cara do outro. Sentimentos de culpa e raiva virão à tona. Por isso é importante estar em sintonia com o que se quer de fato.

Nunca crie um papel. É infinitamente melhor ser você mesma, pois caso ocorra uma separação, ninguém poderá acusar o outro de nada, pois não houve privações e fingimentos.

Adaptação

A adaptação de uma nova vida a dois pode gerar dificuldades, principalmente quando ainda há falta de diálogo e intimidade. Por isso antes que um problema gere uma bola de neve, exponha seus medos e preocupações. Essa liberdade ajudará a encontrar soluções para resolver alguma situação e para superar desafios. Assim dificuldades que antes pareciam enormes podem se dissipar.

Ter um parceiro amigo confidente é uma ótima forma de crescer como pessoa e até perder diversos medos seus.

Discussões

Após uma discussão, a pessoa pode sentir-se fragilizada e precisar dos braços dos pais para se confortar. O melhor é evitar esse tipo de situação, sabendo que não podemos comparar afetos e devemos enfrentar nossos problemas de cabeça erguida.

Fugir de problemas nunca é a solução, nesse momento respire fundo, dê uma volta, esfrie a cabeça e volte para conversar com calma sobre o que te aborreceu. Enfrente a questão de frente, dialogue, perceba a reação do outro, esclareça seus pontos, seja dona de seus sentimentos e sincera com o outro e consigo mesma.