Mitos e verdades sobre a andropausa

Da Redação

Andropausa é o nome popular para o hipogonadismo do homem maduro ou DAEM (Distúrbio Androgênico do Envelhecimento Masculino), ocasionada pela diminuição das taxas de testosterona no organismo masculino a níveis abaixo de 200 mg/dL.

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Normalmente, o problema atinge homens com mais de 40 anos e provoca sintomas como cansaço, distúrbios do sono, depressão e perda do desejo sexual. Além disso, homens com baixos níveis hormonais podem ter dificuldade de ereção, maior risco de doenças cardiovasculares e outros problemas de saúde. Tudo isso afeta a qualidade de vida do homem e também da sua parceira. Mas a andropausa pode ser tratada.

O endocrinologista Ricardo Meirelles, vice-presidente do departamento de Endocrinologia Feminina e Andrologia da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) e professor associado de Endocrinologia da PUC do Rio de Janeiro, conta o que é mito e o que é verdade sobre o tema.

Andropausa (DAEM) e menopausa são a mesma coisa

Mito – É errado afirmar isso, porque no homem a produção dos hormônios sexuais não é interrompida completamente e de forma abrupta, mas há uma queda gradativa dos níveis de testosterona no organismo. Já no caso da menopausa, ocorre a interrupção rápida da produção de estrogênio pelo ovário feminino. Além disso, a menopausa acontece, inevitavelmente, para todas as mulheres, enquanto o DAEM atinge cerca de 9% dos homens acima dos 40 anos de idade e 33% daqueles com mais de 60 anos.

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Andropausa (DAEM) está associada à impotência sexual

Verdade – Com baixos níveis de testosterona no organismo, o homem sente menos desejo sexual e tem mais chances de apresentar disfunção erétil. Isso acontece porque a testosterona é o hormônio responsável pela libido e está ligado ao mecanismo da ereção peniana. No entanto, a disfunção erétil pode estar associada a outros fatores físicos como doenças cardiovasculares, colesterol elevado, síndrome metabólica, diabetes e outros problemas comuns na maturidade masculina.

Tratamentos não são eficazes

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Mito – O tratamento de reposição hormonal melhora os sintomas do DAEM, contribui para o fortalecimento da massa óssea, além de diminuir a gordura abdominal nos pacientes. Também é eficaz para a melhora do humor e das funções cognitivas. A terapia hormonal injetável é a mais indicada atualmente pelos médicos e o tratamento mais moderno disponível no mercado é o undecilato de testosterona

A reposição hormonal masculina exige aplicações diárias de hormônio

Mito – Existem diferentes opções e formas de administração no mercado. No caso da terapia hormonal injetável, o undecilato de testosterona é o mais moderno. Isso porque é administrado em aplicações trimestrais (via injeção intramuscular), totalizando apenas quatro aplicações por ano. Essa terapia também oferece a vantagem de manter os níveis de testosterona estáveis no organismo por mais tempo, sem picos excessivos, o que possibilita maior comodidade e eficácia no tratamento da andropausa. Outros tratamentos injetáveis podem demandar mais de uma injeção por mês.

Terapia hormonal beneficia homens com disfunção erétil e DAEM

Verdade – A terapia de reposição hormonal se demonstra eficiente para a retomada da libido na associação com medicamentos inibidores da PDE-5 (enzima relacionada ao mecanismo da ereção peniana), como a vardenafila.

Somente homens com mais de 40 anos sofrem queda nos níveis de testosterona

Mito – Apesar de a incidência ser mais comum após os 40 anos de idade, na forma de DAEM, distúrbios dos níveis de testosterona podem estar relacionados a outras causas como fatores genéticos e congênitos. Por isso, a queda da testosterona pode ocorrer até mesmo na infância, tendo como principal sintoma o atraso da puberdade.

A andropausa (DAEM) interfere na capacidade reprodutiva do homem

Verdade – A redução do nível de testosterona no organismo pode provocar a queda da produção de espermatozoide, além de levar à diminuição do desejo sexual.

Homens com DAEM têm mais risco de desenvolver outras doenças

Verdade – Estudos realizados em diversos países demonstram a associação entre a diminuição das taxas de testosterona no organismo masculino e o desenvolvimento de doenças cardiovasculares, síndrome metabólica e osteoporose. Existem evidências de que os sintomas da síndrome metabólica (aumento da gordura abdominal e obesidade, por exemplo) podem ser exacerbados com a baixa dos níveis de testosterona. Além disso, o colesterol alto e a diminuição da massa óssea são comuns em indivíduos com hipogonadismo. Sintomas depressivos também estão relacionados aos níveis de testosterona em homens idosos.