Nossas certezas são mentiras que alimentamos para nos proteger do desconhecido

por Pedro Tornaghi

A queda inesperada de um avião nos inclina a refletir sobre o quanto a vida é insegura.

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Mas, será sempre necessário sermos surpreendidos por um desastre para redescobrirmos essa realidade?

Por que tamanha dificuldade em lidar com a insegurança?

Por que escondê-la sob sete wp_posts? A vida é insegura por natureza, essa é uma qualidade indissociável dela. Isso não pode ser mudado.

A vida está sempre se movendo do conhecido para o desconhecido. Como controlar o que não se conhece? Estar vivo é cruzar do conhecido para o desconhecido. E esse cruzamento é sinônimo de insegurança. O momento em que você passa por essa fronteira, você sente a insegurança. E, com essa insegurança, você se torna novamente sensível. Você se torna permeável pelo Universo.

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A dança da vida volta a dar voltas dentro e fora de você. O palpitar da existência acorda suas melhores qualidades. Você se torna um novo ser. Alguém que estava no ovo, quebra a casca, e você finalmente descobre o universo. Se integra a ele. Não há mais separação. Não há mais casca de ovo. Não há mais escuridão no interior do ovo. Não há mais interior, não há mais exterior, o pássaro está no universo. Suas asas serão, a partir de agora, sustentadas por esse universo. Não há mais dissociação, não há mais angústia, não há mais temor, não há mais saudade de um paraíso perdido.
Estar vivo é cruzar do conhecido para o desconhecido

Há apenas o amor. A dança reveladora de cada novo momento, do conhecido para o desconhecido, do desconhecido para o conhecido. Você adentra em um tempo não mapeado. E a falta de referências é êxtase. É júbilo. É dança. É alegria. É felicidade.

Você foi capturado por essa dança. Pelo êxtase. Pela felicidade.

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O medo do desconhecido é também o medo da verdade. A verdade é uma estrangeira em meio a nossas convicções. Nossas certezas são mentiras que alimentamos para nos proteger do desconhecido e ocultar a verdade. Tentamos nos cercar do que é conhecido como forma de nos proteger do desconhecido. E nossas crenças podem ser conhecidas, podem ser controladas, podem nos dar uma falsa noção de segurança. Experimente abrir mão das certezas, entregar-se à sua insegurança com amor e veja o que acontece. Se você amar sua insegurança, que mal ela lhe fará?

Se você aceitar a insegurança, a vida estará em aberto para você, existirão possibilidades. Se você quiser a segurança, terá que se contentar com o já conhecido, o conhecido que não resolveu suas questões anteriormente e que também não resolverá as ainda desconhecidas que aparecerão pela frente.

Se você aceita a insegurança, você se torna penetrável. Pela vida e pelo êxtase.

O universo é imenso e desconhecido para você. Você só poderá aceitá-lo quando aceitar o desconhecido. Você só poderá amá-lo quando amar o desconhecido. Você só poderá ter um caso de amor com o universo e com a vida quando amar o desconhecido. E, tudo o que você vê na sua frente faz parte do universo. Você só poderá conhecer o amor com qualquer coisa à sua volta, se estiver aberto para o amor universal. A insegurança é, dessa maneira, a porta para o seu "país da maravilhas". É a porta, a única existente, para o amor e para a realização. Ame-a e um milagre acontecerá. Ame-a e o Universo amará você.