Expressão corporal representa 65% da comunicação

por Carminha Levy

Darei sequência ao texto anterior (clique aqui e leia) sobre xamanismo e inteligência social. Hoje mergulharemos na comunicação não verbal.

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Apesar da importância dada às palavras ditas, a expressão corporal representa 65% da comunicação. A face é o principal sistema de fala do corpo. Braços, pernas, postura e até os pés também dão o seu recado.

Quando a fala não combina com o corpo, um dos dois está mentindo. O próprio silêncio pode se transformar em fonte importante de informação.

Quando estamos diante de uma pessoa, ficamos expostos a inúmeras informações não verbais, que servem para referendar o que está sendo dito e para diminuir suas eventuais ambiguidades.

Um exemplo é quando as palavras são acompanhadas de piscadelas, gestos , arquear de sobrancelhas, mudança de entonação e muitas caras e bocas.

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É necessário atenção ao contexto, sempre levando em consideração a cultura de quem está falando e o cenário da conversa. Por exemplo: um japonês não gesticulará tanto quanto um italiano .E uma pessoa que coça muito o rosto não está necessariamente envergonhada ou culpada podendo apenas ter uma alergia. Rugas de preocupação e até mesmo as marcas de expressão dão as dicas sobre as emoções de uma pessoa. Vincos profundos entre os olhos podem indicar alguém extremamente ansioso.

Exercício

Vá ao seu local de poder, viaje para pedir ao seu animal de poder ou ao animal que se apresentar, pois ele poderá ser a peça-chave para decifrar a fala não verbal. Vamos desenvolver “a visão emocional corporal”.

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Visão emocional corporal

Após receber suas informações do seu universo xamânico, aqui vão as orientações psicológicas de como tornar-se um ”expert” na comunicação não verbal

a) Sorria: um sorriso é poderoso, derruba barreiras, desarma adversários e abre muitas portas.

b) Atenção especial aos olhos: além de tudo que foi previamente dito sobre o que observar, você tem também no olhar uma comunicação direta para o não verbal, pois com ele nos conectamos com o instintual e o espiritual. Você pode apaziguar uma pessoa irada olhando amorosamente para seus olhos e enviando uma mensagem para o Eu Superior dela.

c) Como você reage ao impacto da fala do outro: nega o que está vendo, entra em pânico em face ao desconhecido ou corta suas vias de sensibilidade? Lembre-se sempre que O corpo fala! E sua atitude inicial por desrespeitar esses conceitos apresentados podem ser até determinantes em relação a um fracasso social.

4) Feedback

Sempre na busca das competências comportamentais no enfoque da inteligência social, as habilidades técnicas deixaram de ser a prerrogativa fundamental. A forma como a pessoa trabalha em equipe, lida com as hierarquias ou como age num momento de crise, passa a ser o essencial.

Um chefe por exemplo que usualmente tem comportamentos inadequados com seus subalternos, afugenta talentos e essa mesma dinâmica ocorre no núcleo familiar. Na sua imaginação substitua o chefe inadequado e amplie esta situação de pais prepotentes e 'donos da verdade', proprietários dos seus filhos e veremos uma família desestruturada, disfuncional, na qual não há respeito mútuo, amor e harmonia. E para todos esses, chefes corporativos e pais dominadores, “receitamos” o desenvolvimento da varinha mágica da inteligência social: o feedback.

Mais uma vez iremos adentrar no nosso mundo xamânico, seguindo todas as orientações anteriores.

Vamos acompanhar agora as dicas psicológicas, cuja finalidade é possibilitar que vocês vivam uma vida mais plena, conscientemente, percebendo o seu lugar no seu universo pessoal em interação com a inteligência social, que é a estrada suave para o bem viver.

a) A capacidade de dar e receber retornos, positivos e negativos é fundamental para saber se estamos em contacto realmente com o outro e correspondendo às expectativas dos que nos cercam. Estar atento para essas capacidades vai nos possibilitar a partir do respeito do limite do outro, avançar ou recuar, evitando determinados comportamentos desestruturantes.

b) Quando se critica demais o outro, a tendência é que ele se afaste e se feche. Para recuperar a confiança, traga-o de volta, mostrando que você também vê os seus pontos favoráveis. Não economize palavras de incentivo e de apoio a tudo que seja feito de forma correta, mesmo que não alcance a maestria que você almeja. Só dizer que algo foi benéfico, é muito limitado, mostre sempre como aquela atitude teve impacto positivo e ressoou além do óbvio e como você se sentiu em relação a ela.

c) Todo o cuidado em ser absolutamente sincero nos elogios que faz, pois determinadas considerações de apreço podem parecer como uma grande bajulação e um instrumento de manipulação. Pratique sempre essa mesma conduta ética de feedback com seus familiares.

d) Ao trocar o negativo pelo corretivo, seja claro quando quiser uma mudança. Os elogios pelo que foi conquistado pode ocasionar áreas de conforto, nas quais tanto o líder quanto os liderados, por inércia , não queiram ir mais além. Portanto, o resultado de praticar o feedback, tem que vir atrelado à ampliação de metas e produtividade e quando desejar uma mudança, faça um pedido claro à sua equipe e estabeleça prazos.

Podemos concluir este tópico lembrando que o feedback deve sempre estar presente em todos os nossos atos, pois é uma forma de sermos gratos àqueles que partilham nossa vida profissional e social , desde ao elogio justo e o obrigado, até não deixar sem resposta um simples e-mail.

Ser feliz é uma construção diária de amor à vida, às oportunidades e às nossas inter-relações que devem ser cultivadas com gentis gestos de feedback.

Fonte: COMPETÊNCIA SOCIAL mais que etiqueta , uma questão de atitude.
Autores: Lícia Egger-Moellwald e Hugo Egger-Moellwald
Editora Cengage Learning