Falha mais grave no orçamento pessoal e não pagar a si próprio

por Eliana Bussinger

Em uma pesquisa realizada pela Financial Planning Association (Associação de Planejamento Financeiro) nos Estados Unidos foi apontado que os principais erros que as pessoas cometem quando se trata de acompanhar um orçamento familiar ou pessoal são:

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1) Falhar em pagar-se “a si próprio” primeiro
2) Nunca criar um orçamento formal para acompanhamento de receitas e despesas
3) Subestimar as despesas
4) Não fazer planejamento anual
5) Criar uma planilha de orçamento, mas não acompanhá-la

Vamos analisar cada um desses erros:

1) É muito comum que as pessoas, ao receberem seus salários ou receitas, paguem suas despesas ou seus credores primeiro. Só então, se sobrar algum dinheiro, reservam ou fazem aplicações financeiras. A verdade, no entanto, é que quase sempre acabam por perceber que não sobra dinheiro algum. É por isso motivo que os analistas e conselheiros de finanças pessoais costumam dizer que o melhor é: ao receber seus salários ou receitas “Pague-se primeiro”. Você trabalhou por seu dinheiro. Nada mais justo que receba algo por ele! O que devemos considerar, verdadeiramente, é que temos um compromisso quase sempre inadiável: com o nosso futuro. Esse é o seu principal credor. Só depois de pagar-se a si próprio (idealmente de 10 a 15%) é que se deve pagar aos outros.

2) É preciso contar. E anotar! Ou seja, criar um orçamento formal. Planilhas no computador ou em qualquer papel. Se não soubermos para onde o dinheiro vai, fica difícil planejarmos para onde queremos que ele vá de fato. Fazer um orçamento não é algo agradável para a maioria das pessoas. É quase tão chato quanto contar calorias. Mas, infelizmente, é um mal necessário para a maioria de nós que não contamos com recursos ilimitados. No orçamento podemos vislumbrar com acuidade nossas despesas e a partir daí fazer planos.

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3) É uma realidade! Mesmo aqueles que constroem orçamentos bem planejados costumam subavaliar seus gastos. Afinal, imprevistos acontecem. Emergências também. E isso precisa estar no planejamento financeiro.

4) Interessante o quarto item. Acuados por épocas inflacionárias terríveis, os brasileiros desaprenderam (muitos nunca aprenderam!!) a pensar no longo prazo. Pensar em valores anuais muda a cabeça da gente. Veja, alguns números: R$ 2,00 diários em consumo de cafezinhos representam R$ 730,00 ao longo do ano. Se um almoço diário custa R$ 12,00, no intervalo do trabalho, chegaremos a uma soma de R$ 4.380,00 ao longo de um ano. Uma ida semanal ao cabeleireiro (manicure, pedicure e escova), pode chegar a R$ 50,00 ou R$ 2.600,00 no ano. Um maço de cigarros diário a R$ 3,00, somam R$ 1.095,00. TV a cabo 100,00 são R 1.200,00 no ano. Só aqui já gastamos R$ 10.000,00 ou 5.500 dólares. Uma boa viagem para o exterior, não lhe parece. Pensar em números anuais nos remete a uma realidade contundente sobre os nossos gastos. Falarei mais sobre a importância do planejamento anual em outro artigo dado a sua importância.

5) Algumas pessoas até se esforçam em criar orçamentos. Mas, seja pela rotina que isso representa, pela falta de tempo ou mesmo de energia, a maioria acaba não perseverando. Outras pesquisas, no entanto, revelam que só conseguem administrar bem as finanças, acumular recursos e até mesmo enriquecer aqueles que acompanham o trajeto do seu dinheiro pari passu.

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