O papel do novo pai

por Rosemeire Zago

De uns anos para cá sabemos que aconteceram muitas mudanças significativas na vida de cada um de nós.

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A família em muitas casas deixou de existir, algumas por brigas, fazendo com que cada um fosse para um canto do mundo, deixando um pouco de lado a hipocrisia mantida por tantos anos só para manter as aparências. Os valores estão mesmo mudando, as raízes se enfraquecendo, e todos nós estamos perdendo um pouco com isso, fazendo com que a solidão bata em muito mais casas.

Por outro lado, a mulher está cada vez mais atuante no mercado de trabalho, cooperando para que as famílias não se mantenham apenas pela aparência, como sabemos que muitas o fazem. Isso fez com que o número de divórcios se multiplique e como via de regra a guarda dos filhos fica com a mulher, muitos filhos nessa nova condição acabam por se afastar de seus pais, contaminados pelas brigas do casal, quando na verdade, eles nada têm haver com isso.

Independente da condição de família ou do casal que não existe mais, o papel de pai não deixa de existir. Hoje há muito mais igualdade, tanto de deveres, como de direitos.

É evidente que a maternidade e a amamentação são funções biológicas privativas da mulher, mas felizmente, o homem deixou de ser visto como 'provedor', como era considerado, conquistando hoje o papel que sempre foi o seu, o de participante ativo da educação dos filhos. É claro, que muitos homens ainda se assustam com a nova realidade – a crescente consciência de que o pai é tão importante quanto a mãe desde a concepção -, pois na maior parte eles foram educados sob outros padrões de valores, e quando se vêem à frente de situações até então compelidas à mulher, sentem-se despreparados.

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Com isso os homens em geral, parecem estar perdidos em seu novo papel. Hoje as cobranças vão muito mais além do que manter a família financeiramente. Acredito que ainda que assustados, deveriam ficar felizes por todo esse reconhecimento da sua importância na educação dos filhos e no equilíbrio emocional da família como um todo.

Hoje podem ser muito mais participativos e ganham muito mais com isso, ganham a amizade dos filhos, permitindo com que se sintam importantes em participar ativamente da educação. Buscar a paz e a harmonia requer tanto do homem quanto da mulher, cuidados iguais.

É preciso cuidar da relação familiar, cuidar do amor que os une, dando assim exemplos que um dia serão seguidos pelos filhos.

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Por outro lado, muitos filhos só percebem a falta que faz um pai quando os perde, agem no dia a dia como se o pai fosse um fardo a ser carregado e cuidado. E quantos anos esse pai não dedicou a própria vida aos filhos? Ainda que ausente, por necessidade de estar sempre trabalhando ou pela falta de informação, mas ainda assim, se fazia presente através do trabalho que propiciava a comida, a casa, a escola, enfim, tudo aquilo que era necessário para todos se manterem. Por que desprezar tudo que foi feito por ele?

É preciso reconhecer que antigamente tudo era diferente e agora podemos tornar as relações mais ricas, mais verdadeiras, mais saudáveis.

Reconheça que não só no dia de hoje, mas enquanto houver vida, é importante dar um presente para seu pai, mas sem se preocupar com o valor material desse presente, pois os presentes mais valiosos são aqueles que dinheiro algum pode comprar, mas que só podem ser doados com o coração, como perdão, presença, companheirismo, reconhecimento, gratidão, amizade, carinho, atenção, amor! Diga-lhe o quanto ele é importante para você, e por que não, chegar bem pertinho dele e dizer em seu ouvido: "Pai, você é importante e eu te amo!