Aprender a se amar de forma plena significa crescimento

por Pedro Tornaghi

Todas as linhas de aprimoramento espiritual convergem – ao menos teoricamente – para um ponto: a busca de consciência.

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Se derramarmos amor sobre essa busca, teremos mais fôlego para concretizar o longo caminho, durante o qual tantas dispersões e sabotagens acontecem, desviando muitos que sinceramente desejam a realização pessoal. A importância do amor é nuclear para evoluirmos em qualquer direção que signifique crescimento.

No entanto, o que fazer se não fomos educados para amar como poderíamos – e até deveríamos?

Como desfazer os tirânicos nós de hábitos repetitivos e medos compulsivos que nos inibem e paralisam?

Como descongelar corações empedernidos por maus tratos e falta de uso?

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Como inverter o rumo de desacertos e descaminhos continuados?

Será que ainda podemos almejar o luxo do amor pleno?

A resposta é: sim. Podemos. Enquanto estivermos vivos, carregaremos essa capacidade conosco. Enquanto respirarmos e o coração bater, ele será capaz de ressoar o ritmo do amor. E, quando você começar a ressoar amor, se surpreenderá de como o amor ressoará em torno de você, como uma onda. Quando a melodia do amor sair de você, todas as suas funções vitais serão afetadas por ondas harmonizadoras, e o universo se predisporá a acatá-lo, a cura já terá começado.

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A mudança, porém, não é instantânea, desfazer um hábito restritivo requer alguma paciência, uma teimosa persistência e a espera do tempo necessário para que as sementes que você começa a plantar, aprofundem raízes, busquem seu lugar ao sol para, enfim, florescer. A natureza não dá saltos e, nossa trilha em direção ao amor, começa pelo amor à nossa própria natureza, à nossa condição humana e animal. Sem respeitarmos nossa natureza, como conhecer o amor?

Então, surge a pergunta inevitável: enquanto ainda preso ao longo inverno da alma que o exílio de um ambiente amoroso lhe impingiu, enquanto essa primavera não vem, como lidar com as velhas mágoas, ressentimentos, sentimentos de rejeição, traumas e sentimentos "contra-mão" em geral? No primeiro momento alguma terapia é útil – ou necessária – para predispor o coração à sua função original de tornar a vida feliz e realizada. E podemos começar por mudar nossos padrões de respiração.

Técnicas de respiração limpam resíduos emocionais

Toda emoção se reflete diretamente na respiração. Da mesma maneira, toda mudança na respiração modifica imediatamente o estado emocional. Mais que isso. Algumas técnicas de respiração são capazes de limpar resíduos de experiências emocionais mal vividas, mal resolvidas e mal elaboradas, nos deixando disponíveis e animados para um novo momento emocional. A respiração, por seu peculiar poder de conexão, tem o potencial de nos afinar conosco mesmos e abrir o caminho para o aumento de nossa vitalidade e autoestima.

Mas nem todo o trabalho precisa – ou pode – ser feito pela respiração, para complementar a "terapia de restauração" da saúde emocional, podemos contar também com meditações que envolvem o chakra do coração. Aliadas às respirações, elas nos levam a transcender, de forma definitiva, obstáculos emocionais internos e criam um ambiente propício para o florescer da autoestima, da confiança e de uma atitude amorosa frente à vida.

Muitos de nós passamos a vida pensando que a felicidade emocional virá quando acharmos uma certa pessoa, aquela que "nos foi prometida desde o início dos tempos", que nos amará, nos fará felizes, nos curará e protegerá de todos os males passados, presentes e futuros. É desnecessário e inútil colocar a responsabilidade de nossa saúde emocional em um futuro providencial. Podemos mudar nossa condição, nós mesmos. E podemos começar já.

Se mudarmos o estado de nosso chakra do coração, descobriremos a principal lei da felicidade amorosa: que "um coração amoroso sempre encontra outro coração amoroso". E, felizes, descobriremos que cabe a nós a escolha, esperar que a felicidade venha de fora ou investir na direção dela. Se escolhermos o primeiro caminho, é melhor separar de antemão alguma energia para reclamar da vida por não providenciar o que desejamos. Se escolhermos o segundo, vale separar algum tempo para aproveitar a colheita do que semeamos.

Para os que escolhem a segunda opção, é possível lançar mão de técnicas de meditação e respiração sufis, restauradoras da saúde emocional pela via da realização espiritual. É possível lançar mão delas, a qualquer momento em que a decisão aconteça, uma vez que são acessíveis a quem ainda engatinha no caminho da espiritualidade. De maneira geral, são técnicas estimulantes, que transformam em uma inocente brincadeira o ritual de limpar, desintoxicar e harmonizar o chakra do coração, tornando-nos, desde o primeiro momento e progressivamente, cada vez mais, alegres, amorosos e conscientes.

A maneira despojada com que elas nos ajudam a operar uma revolução interna, transformando a insegurança em confiança, o medo em amor, a escuridão em luz, tornam o caminho de autodescoberta mais prazeroso que custoso.

Essas técnicas geram autoestima e amor próprio, elas nos provêm do estímulo e ânimo necessário para que persistamos no trabalho de autoconsciência ao mesmo tempo em que a relação com o mundo em volta revela possibilidades mais agradáveis.

As meditações sufis nos humanizam, no melhor sentido da palavra, propiciando condições para que mudemos partes de nossa personalidade que são inadequadas ao desenvolvimento pessoal e descubramos aos poucos uma crescente sensação de conforto interno. Uma vez tendo as técnicas à mão, só depende de quem as pratica escolher o tom de humor e lucidez com que lidar com essa experiência – fabulosa ou terrível, apreciada ou temida – que chamamos de vida. Experimente, dê uma chance a elas. Ou a você.