Saiba como diminuir o estresse

Rosemeire Zago

Este é o primeiro artigo sobre uma série onde explicarei como lidar e diminuir o nível de estresse para se obter uma melhor qualidade de vida.

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O estresse tem feito parte de nossa rotina diária, mas será que você pensa em suas consequências em longo prazo? Infelizmente fazemos parte de uma cultura onde não prevalece a prevenção, pelo contrário, o lema é: esperar acontecer para ver o que fazer. O assunto é sério e requer cada vez mais atenção de cada um. Por isso é importante identificar o que te deixa irritado, nervoso, te tira do sério e observar como você tem reagido a essas situações. O que estressa na realidade, não são apenas os fatos externos, mas principalmente a forma pela qual reagimos aos acontecimentos da vida e a maneira como os interpretamos e sentimos.

Afinal, o que é estresse? O estresse é a alteração do organismo para se adaptar a uma situação nova ou as mudanças de um modo geral. É uma reação do organismo para manter o próprio equilíbrio e o corpo pode interpretar a informação como ameaça, preparando para duas reações básicas: lutar ou fugir.

Quando nosso cérebro, independentemente de nossa vontade, interpreta alguma situação como ameaçadora, nosso organismo passa a desenvolver uma série de alterações para se adaptar às situações. Se esse estresse continua por um período mais longo, o corpo começa a se acostumar com os estímulos causadores do estresse e entra num estado de resistência ou adaptação. É um estado de alerta geral!

Durante esse estágio, o organismo adapta suas reações e seu metabolismo para suportar o estresse por um certo tempo. Se o problema se prolongar, pode-se chegar ao estado de esgotamento, quando haverá queda no sistema imunológico (defesa) e surgem as doenças. A reação ao estresse pode ser canalizada para um órgão ou sistema específico, por exemplo, o coração, a pele, sistema muscular, aparelho digestivo, etc.

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O estresse se torna um problema quando ocorrem muitas reações em um pequeno período de tempo ou quando as dificuldades são constantes. O estresse é cumulativo. Quanto mais intenso, mais sérias são as consequências. Não é o quanto de estresse você suporta, mas sim como você lida com ele que faz a diferença.

– Estresse pós-traumático:

Surge como uma resposta depois de um fato ou situação estressante (acidente, estupro, divórcio, assalto, falecimento de pessoas significativas). Ocorre geralmente após um mês, mas raramente excede 6 meses. Surge medo e evita-se falar qualquer coisa que relembre o que ocorreu. Ou ainda, relembra de maneira repetitiva através de sonhos ou lembrança constante. O mais indicado nesses casos é enfrentar a situação, falar sobre o que ocorreu e nunca agir como se nada tivesse acontecido.

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Eustresse é o estresse positivo, impulsiona a pessoa agir em alguma direção.

Distresse é o estresse negativo, interfere nas funções e no desempenho de alguns órgãos.

– No trabalho:

O desgaste a que nos submetemos fica mais evidente na relação de trabalho, consumindo grande parte de nosso tempo e energia. O trabalho além de ser fonte de subsistência, pode e deve ser um meio de satisfação, realização e prazer. Não devemos, contudo, permitir que se torne uma verdadeira prisão e sofrimento, achando que só nós podemos realizá-lo. Para muitos, ser eficiente implica em manter-se o tempo todo ocupado, se o outro não o pressiona, ele próprio o faz.

Foi constatado que não é a quantidade de trabalho que causa o estresse, e sim a maneira pela qual executamos as nossas tarefas e compromissos, ou seja, não é a pressão externa que causa o estresse, mas principalmente a cobrança interna. Os homens por terem muito mais dificuldades em demonstrarem suas emoções, tornam-se muito mais tensos e propensos ao estresse.

É preciso ficar atento se você está constantemente lutando contra o tempo, vivendo em ritmo acelerado e com muitas atividades por necessidades concretas e conscientes ou se está utilizando a sobrecarga como fuga inconsciente de situações conflitantes que se nega a ver.

Quem é perfeccionista, crítico ou competitivo, com dificuldades em estabelecer prioridades, impor limites, delegar responsabilidades, conviver e dividir encargos com os outros, centralizando todo o trabalho para si é um forte candidato ao estresse. Ter ambição e querer mais pode ser positivo desde que não permitamos que os outros passem por cima de nós ou que sejamos atropelados por nós mesmos. Procure preserva-se, estabelecendo prioridades e permita que outros se responsabilizem de outras tarefas. Imponha-se limite e aprenda a dizer NÃO.

Mas há uma pergunta básica: "você gosta do que faz?" Se a resposta for não, repense sobre seus valores, o que quer para você e o que pode fazer para trabalhar no que te proporciona prazer. Trabalhar no que não gosta pode ser uma fonte de estresse. Se não for possível mudar de trabalho, procure atividades extras que te proporcionem prazer.

Descanso

É preciso lembrar que o organismo e a mente precisam de descanso para evitar sobrecargas. Para descansar e repor as energias também é preciso descanso. Temos horários para trabalhar, mas raramente nos permitimos ter hora para o lazer. Há várias maneiras de aliviar as tensões do dia-dia, seja por meio de meditação, ouvir música, caminhar, o importante é descobrir sua melhor maneira de relaxar e realmente colocar em prática.

Procure interpretar as mensagens que seu corpo lhe transmite. Quando seu corpo pedir descanso, seja qual motivo for, não o ignore. Procure dormir e alimentar-se adequadamente. Trate da mesma forma suas emoções, identificando-as e sabendo respeitar seus limites.

As emoções

Constantemente somos obrigados a enfrentar momentos de frustrações, conflitos, mágoas, perdas, ressentimentos, situações estas que nos deixam excessivamente cansados. Você já reparou que às vezes, após um desentendimento ou briga, sente-se muito mais cansado que depois de um dia de trabalho? A sensação é de terem sugado toda sua energia. O desgaste emocional por vezes consume muito mais energia que os esforços físicos. Identifique as situações que estão tirando sua energia e veja o que pode fazer para evitá-las.

Autoconhecimento

Se desejar mudar algo em você, como atitudes, maneira de ser e reagir, o melhor caminho é o autoconhecimento. Como conhecemos alguém? Conversando, não é mesmo? Faça o mesmo com você. Não, não é sinal de loucura! Comece a observar mais seus comportamentos. A conversa consigo mesmo é sempre um dos caminhos mais indicados para aumentar o autoconhecimento. Propicia também mais controle sob suas emoções. E cada vez que você consegue obter controle, sua autoconfiança também aumenta, assim como a auto-estima e amor-próprio.

Para aumentar seu autoconhecimento, pois só através dele é que podemos mudar algo, o mais indicado é fazer algumas perguntas para si mesmo para descobrir como está reagindo em algumas situações e se haveria outra forma de reagir. Essas perguntas são apenas sugestões, você pode mudar ou ampliá-las.

Estou preocupado demais com algo? O quê? Tenho motivos para isso?

Como posso resolver essa situação? Depende apenas de mim a solução?

Estou mais cansado ultimamente? O que tem me cansado mais?

No último ano enfrentei situações como: perdas, separações, mudança significativa na vida familiar, profissional, afetiva ou problemas de saúde? Caso positivo, o que ocorreu?

Como eu reagi? Poderia ter reagido diferente? Como?

Quais são as situações que eu não consigo ter controle? Como eu poderia lidar com isso?

Quais serão as consequências se eu continuar a agir assim?

Quais as outras opções que tenho?

Essas perguntas parecem simples e são, mas é claro que não é tão fácil pensar nelas quando você está nervoso. Então, é preciso praticar. Quando se tornar um hábito, você fará mais facilmente.

Faça essas perguntas a você mesmo quando estiver mais tranquilo e pense e/ou escreva sobre as respostas.