Procedimentos para reeducar o intestino e combater a prisão de ventre

por Gilberto Coutinho

No artigo anterior (clique aqui e leia) expliquei por que a prisão de ventre faz mal à saúde. Neste tratarei da importância da reeducação intestinal.

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– Combater a 'falta de tempo' para o ato de evacuar diariamente com tranquilidade.

– Não reprimir a necessidade de evacuar.

– Adotar uma alimentação equilibrada e saudável, com o consumo diário de alimentos ricos em fibras, vitaminas e sais minerais encontrados nos vegetais e nas frutas.

– Hidratação adequada ao longo do dia: ingestão diária de dois litros de água. Deve-se beber um copo de água ao longo de todo o dia e não uma grande quantidade de uma só vez.

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– Criar o hábito de ir no mesmo horário ao banheiro todas as manhãs para evacuar, antes ou após o desjejum, ou após uma atividade física, mesmo quando a necessidade de evacuar não estiver presente.

– Diariamente, dedicar-se cerca de vinte a trinta minutos ao funcionamento intestinal. O ânus não é um compartimento que se abre para as fezes saírem de uma só vez. É normal que se gastem alguns minutos para que os intestinos funcionem e as fezes sejam expelidas.

– Combater o sedentarismo (muito prejudicial à saúde física e mental). Praticar yoga ou qualquer outra atividade física saudável com regularidade, pelo menos três vezes por semana, durante 60 minutos.

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– Sob orientação e acompanhamento terapêuticos, diminuir gradativamente o uso de laxantes, à medida que o tratamento naturopático e os novos hábitos dietéticos e saudáveis forem instituídos.

Terapêutica para a prisão de ventre

Identificar e combater as causas conhecidas da prisão de ventre. Qualquer condição dolorosa reincidente durante o ato de defecar deve ser investigada. Instituir uma dieta basicamente vegetariana, equilibrada, saudável e rica em fibras.

É necessário haver boa vontade e disciplina no treinamento de reeducação intestinal. As ervas e os remédios botânicos aqui citados, que apresentam propriedades laxantes, devem ser utilizados não com exclusividade, mas associados ao programa de reeducação do funcionamento intestinal, que pode durar de duas a quatro semanas.

Alimentos indicados: abacaxi; abóbora; acelga; água; aipo; alho; ameixa seca (rica em fibras e sorbitol – açúcar natural que age como laxante); amendoim; amora; aspargo; azeitona; berinjela; beterraba; brócolis; caqui; cebola; cenoura; chicória; couve; couve-flor; coalhada e iogurte caseiros são os mais ricos em lactobacilos acidófilos; preparados por inoculação de fermentos apropriados (sua presença nos intestinos aumenta a assimilação dos nutrientes; produz enzimas e vitaminas; diminui a alergia alimentar, os distúrbios gastrintestinais, a formação de gases, o mau hálito, o colesterol, os triglicerídeos, a incidência de câncer e a formação de nitritos; previne a candidíase vaginal e apresenta propriedades imunoestimulantes); dente-de-leão; ervilha; espinafre; farelo de arroz integral (considerado um superlaxante, deve-se consumir diariamente uma colher das de sopa); farelo de aveia; fibra de trigo integral; figo maduro; fruta-pão; iogurte com lactobacilos acidófilos; jaca; laranja; lêvedo de cerveja; maçã; mamão; melancia; melão; noz; pão integral; pepino; pêra; pimentão; quiabo; semente de linhaça; soja; tâmara; tamarindo; tomate; uva e vagem.

Cuidado: o leite, o queijo e o café podem causar constipação intestinal em algumas pessoas

Remédios botânicos: (1) Rhamnus purshiana (Cáscara-sagrada), apresenta propriedades laxativas e colagogas (substâncias que facilitam a evacuação da vesícula biliar), cujo princípio ativo é cascarina; seus antraglicosídeos atuam no intestino grosso aumentando a atividade muscular do cólon (peristaltismo); (2) Cassia senna ou angustifolia (considerada um laxante de potência moderada); (3) córtex da semente de Plantago ovata (laxante de volume mucilaginoso; dose recomendada: uma a duas colheres das de chá, cheias, em jejum, pela manhã, em um copo de água); (4) Taraxacum officinale (Dente-de-leão), fonte vegetal de iodo, de diversos minerais e vitaminas, indicado nas afecções (doenças) do aparelho urinário, nas doenças do fígado e no combate do escorbuto; apresenta propriedades laxantes que não irritam a mucosa dos intestinos e são depurativas do sangue.

Observações

1ª) A cáscara-sagrada apresenta efeito irritante da mucosa intestinal, embora seja indicada para estimular o funcionamento do intestino. Seu uso não deve ser prolongado e isolado de um programa terapêutico de reeducação intestinal, pois pode condicionar o intestino a funcionar somente sob o seu consumo.

2ª) Como laxante, o farelo de arroz integral é superior ao farelo de trigo. O farelo de milho é mais efetivo que o de trigo. O farelo de aveia é menos irritante e é melhor absorvedor de gorduras.

3ª) O trato digestivo deve ser preparado antes de se ingerir a Cassia senna, alimentando-se pouco e aumentando-se a ingestão de alimentos oleosos (sementes de gergelim e linhaça, azeite extravirgem de oliva e manteiga de búfala; essa "oleação" confere uma evacuação mais confortável).

4ª) A Cassia senna provoca o surgimento de um pigmento no cólon, mancha escura conhecida como melanose do cólon (doença benigna), que se torna detectável no exame colonoscópico interno, após um ano de seu uso regular. Tal mancha desaparece gradualmente no decorrer de um ano após a interrupção de sua ingestão.