Rituais da lua cheia – Parte I

por Carminha Levy

Como sabemos os rituais são sagrados para os xamãs, pois eles consideram que a ponte ou escada que os liga aos mundos profundos e superiores só pode ser acionada através do rito.

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Esses ritos são inúmeros: de passagem (nascimentos, adolescência, idade adulta, casamento, morte…) Ou sazonais (equinócio, solstício e das quatro estações) de cura, prosperidade e de toda prática com o simbolismo iniciático. Um dos ritos mais praticados pelos neoxamãs são os rituais lunares, que possuem a força de refazer a nossa ligação com a Lua – a Senhora do Inconsciente, das emoções e das profundas forças de regeneração (as quatro fases da lua).

A cada lua cheia os neoxamãs se reúnem para festejar e receber as mensagens da lua e dos astros aos quais ela está interligada no signo por onde transita. Por exemplo, em 20 de abril uma das mais importantes lunações do ano, o festival de Wesak, ela estava em escorpião e o sol em touro. O festival de Wesak ocorre, para a Fraternidade Branca, quando Buda se materializa nas montanhas do Himalaia e se reúne às forças Crísticas, o que possibilita a humanidade receber essas dádivas poderosas e salvadoras.

Em 1934 o Tibetano – o Mestre Ascencionado que ensinou a Alice A. Bailey, os mistérios da Fraternidade Branca que hoje está ao alcance de todos, enviou uma mensagem à humanidade ordenando que houvesse um retorno maciço aos rituais da lua tal como os primitivos xamãs faziam honrando-a como fonte de inspiração, força emocional e harmonia. A Fraternidade Branca resolveu também eleger um símbolo emblemático desse movimento do retorno da força da lua, pois ao percorrer os 12 signos do zodíaco em direção à espiral da evolução estamos em busca da Consciência Plena.

12 trabalhos de Hércules

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Hércules é este símbolo emblemático na sua condição de semideus, tal como nós o somos. Ele nos levaria através dos 12 signos a enfrentar o desafio do nosso ego que, partindo da matéria física deverá chegar com disciplina, ordem e organização ao Divino.

Essa meta de Hércules é também da Humanidade como um todo “cuja conquista espiritual, grupal última será alcançada pelas múltiplas perfeições individuais.” (Os Trabalhos de Hércules – Alice A. Bailey – Fundação Cultural Avatar).

O homem vive sob o domínio da matéria, regido pelo medo, individualismo, competição e cobiça. Esses têm que dar lugar à confiança espiritual, à cooperação, à consciência grupal e ao altruísmo. Essa é a lição que Hércules nos traz através dos seus 12 trabalhos.

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Para essa missão Hércules recebeu dos deuses esses presentes:

Minerva deu-lhe um manto diáfano e belíssimo, tecido por ela própria.

Vulcano forjou um peitoril de ouro feito especialmente para proteger o coração de Hércules fonte de vida e força.

Netuno trouxe, diretamente do lugar das águas, uma parelha de cavalos que tinham o poder de andar sobre os mares.

Mercúrio, muito brincalhão, trouxe-lhe uma bainha de prata e depois de uma pequeno suspense entregou-lhe uma espada de rara beleza e ordenou-lhe que a afivelasse na coxa.

Finalmente, com trombetas e tropel de cavalos da bela carruagem do Rei Sol chegou Apolo que presenteou Hércules com um arco de Luz.

Agora ele estava pronto para sua missão, mas antes foi até o bosque do qual, após algum tempo, sai com o braço erguido acima de sua cabeça empunhando uma clava de madeira e afirmando: “Isto é meu mesmo; posso usar como meu poder. Ó deuses, observai meus grandes feitos.”

Com o orgulho e prepotência de um ego imaturo (ele tinha 18 anos) ele sobrepunha sua arma humana a todas as armas divinas que recebeu. Precisaria aprender a trilhar o caminho de sua missão com humildade e com a energia que só nosso ego possui: a força de Vontade, que o fez levar a cabo sua hercúlea tarefa.

Deixo para nossos leitores a oração ensinada pelo Tibetano para ser rezada em todos rituais da lua cheia e no próximo texto teremos a descrição do terceiro trabalho de Hécules – A Colheita dos Pomos de Ouro de Hespérides. A lua cairá novamente em escorpião e o sol em touro. Num novo Festival de Wesak no dia 19 de maio. Falarei também de como usar este ensinamento através do neoxamanismo.

A Grande Invocação

Do ponto de Luz na Mente de Deus,
Flua luz às mentes humanas;
Que a Luz desça à Terra.

Do ponto de Amor no Coração de Deus,
Flua amor aos corações humanos;
Que Aquele Que Vem volte à Terra.

Do centro onde a Vontade de Deus é conhecida
Guie o propósito todas as pequenas vontades humanas:
O propósito que os Mestres conhecem e a que servem.

Do centro a que chamamos a raça humana,
Cumpra-se o Plano de Amor e Luz
E que ele vede a porta onde mora o mal.

Que a Luz, o Amor e o Poder restabeleçam o Plano na Terra.