Sincronicidade… Você já sentiu esse sopro em sua vida?

por Patricia Gebrim

 Ah… Como é bom quando a vida nos surpreende… Quando nos acolhe num momento de dor e tece seus fios ao nosso redor, num movimento de pura poesia. Aconteceu comigo na semana passada, de forma tão intensa que ainda hoje ainda inspira minhas palavras. Eu estava em um dia difícil, daqueles dias que todos nós vivemos de vez em quando.

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Um daqueles dias nos quais sentimos que o mundo é grande e complicado demais e nos faz desejar o conforto do cobertor que nos envolvia quando éramos crianças, sem ter tantas coisas difíceis para resolver. Naquele dia eu me sentia como uma lagarta que acreditava que nunca iria virar borboleta e ao final do dia, na saída do trabalho, me arrastando em minha “lagartice”, recebi da recepcionista do prédio em que trabalho uma caixinha de sedex. Não sabia o que continha. Já dentro do carro, rasguei as fitas adesivas e dei de cara com uma linda camiseta. No peito uma estrela azul clarinha e sobre ela os dizeres:

– Confie em você mesmo.

E, pasmem, sob os dizeres… o MEU NOME!

No momento não entendi de onde vinha aquela camiseta (depois sim descobri o enigma, era um presente-surpresa de minha editora!). Fiquei com a camiseta na mão, com cara de boba, os olhos virando rios. A inesperada chegada daquela camiseta, naquele momento específico, foi como um bálsamo para mim, como se o Universo tivesse segurado a minha menina em seu colo e me tivesse tirado do meio daquela aflição que eu vivia. Como se tivesse plantado asas de borboleta nas minhas costas. Impossível descrever o quanto me senti protegida.

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Muitas vezes coisas assim nos ocorrem. Quando mais precisamos, algo nos vem, algo nos acolhe, uma porta se abre quase magicamente. Já aconteceu com você?

Sincronicidade

Jung chamava isso de sincronicidade, uma coincidência significativa entre eventos psíquicos e físicos. Ele deu muitas definições para o conceito de sincronicidade, entre elas:

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– ” … coincidência, no tempo, de dois ou vários eventos, sem relação causal, mas com o mesmo conteúdo significativo…“;

– “Um conteúdo inesperado, que está ligado direta ou indiretamente a um *acontecimento objetivo exterior, coincide com um estado psíquico ordinário…;

– “Coincidência significativa de dois ou mais acontecimentos, em que se trata de algo mais do que uma probabilidade de acasos.”.

Sem ter a pretensão de explicar em um breve artigo a teoria da sincronicidade de Jung, sem me perder na aridez das explicações técnicas que nem sempre dão conta do mundo ao nosso redor, prefiro deixar aqui essa sensação ainda presente de que existe algo maior que conecta tudo o que existe. Prefiro dividir com vocês a sensação maravilhosa que senti naquele dia e em tantos outros dias de minha vida em que coisas assim aconteceram. Prefiro soprar em sua direção esse sentimento delicioso de proteção que me vem quando tudo mais falha. Prefiro enviar um sorriso através destas palavras e dividir com vocês minhas asas de borboleta (antes que eu vire lagarta de novo).

Não sei em que momento você se encontra, você que me lê aí do outro lado dessa tela, mas confio que essas palavras levem algum sentido ao seu dia, ou que ajudem você a se conectar com esse universo pleno de possibilidades nos quais todos estamos mergulhados. Tudo pode mudar de uma hora para outra, de um minuto para outro, pois o que nos rodeia só existe no encontro com aquilo que somos. Somos tão mutáveis… Quando nos tornamos mais fluidos, mais abertos, mais leves, eis que tudo ao nosso redor pode subitamente se tornar também mais sutil. E dessa sutileza pode brotar o novo, o inesperado, o mágico, aquilo que dá um sentido maior para as nossas vidas. E mesmo nos momentos de aflição, se mantivermos os olhos suficientemente abertos, veremos o movimento do Universo se descortinar à nossa volta.

Se puder, não deixe seus pés grudados demais ao chão. Ou melhor, mantenha sim seus pés no chão, mas ao mesmo tempo estenda-se para cima, para o alto, até que consiga tocar as estrelas. Equilibre essas polaridades em sua vida, salpique o mundo externo, feito de seus dramas intermináveis; com a leveza dessa infinita teia de possibilidades que reside dentro de você. Encontre a sua maneira única de fazer isso.

Às vezes somos lagartas. Outras vezes somos borboletas. Mas saber disso faz toda a diferença!

É um acontecimento objetivo porque não é subjetivo, é um fato, algo palpável… e exterior porque é do mundo externo e não interno. Então essa coisa objetiva e do mundo externo (como a chegada da camiseta) coincide com um estado psíquico (minha sensação interna no dia)…