Sofro de síndrome do pânico e tenho medo de ter uma crise na hora do parto. O que faço?

por Joel Rennó Jr.

O ideal seria parto normal ou cesariana?

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Resposta: Apesar do seu medo de ter crises de pânico na hora do parto, caso você, efetivamente esteja bem, sem crises na gestação, vale a pena procurar um tratamento psicoterápico.

Seria indicado você procurar uma terapia cognitivo-comportamental para melhorar seus sintomas (sua ansiedade antecipatória).

O modelo cognitivo-comportamental tem como foco principal o papel do medo dos sintomas físicos associados à ansiedade das cognições (pensamentos) catastróficas e das condutas evitatórias na manutenção do transtorno de pânico. O tratamento ajudará a eliminar e/ou controlar os padrões de funcionamento desadaptados, isto é, o medo das sensações físicas, as evitações (as pessoas costumam evitar lugares em que tiveram crises de pânico), além de ajudá-la a descobrir estratégias que lhe tragam segurança e conforto neste momento.

Caso você esteja apresentando crises de pânico (taquicardia, sudorese, tontura, sensação de falta de ar, formigamento pelo corpo, sensação de nó na garganta ou sufocamento, diarreia ou vômitos, além de medo de morrer ou sensação de falta de controle) na gestação, vale a pena procurar uma ajuda médica com psiquiatra.

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Há alguns medicamentos antidepressivos que com os devidos cuidados, com a avaliação dos riscos e benefícios, podem ser utilizados. Mas, qualquer decisão farmacológica deve ser feita com a devida orientação da paciente e familiares pelo médico.

O não tratamento da síndrome do pânico na gravidez pode levar a riscos como crises hipertensivas na gestação, parto prematuro e baixo peso ao nascer. O risco do não tratamento também é uma variável importante a ser analisada pelo médico assistente.

Quanto ao tipo de parto, não há evidências científicas sólidas que possam dar prioridade à cesariana ou ao parto normal. O importante, realmente, é evitar o estresse gerado pelas crises de pânico que podem ser lesivas à mãe e ao bebê.

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Atenção!

Esse texto e esta coluna não substituem uma consulta ou acompanhamento de um médico psiquiatra e não se caracterizam como sendo um atendimento. Dúvidas e perguntas sobre receitas e dosagens de medicamentos deverão ser feitas diretamente ao seu médico psiquiatra. Evite a automedicação.