Andropausa: a menopausa masculina

Por Jocelem Mastrodi Salgado

Muito se fala dos problemas que as mulheres apresentam quando param de menstruar. A temida menopausa, surge por volta dos 45 anos. Entretanto, poucas pessoas sabem que os homens, assim como as mulheres, podem também sofrer alterações metabólicas decorrentes da idade e que são ocasionadas principalmente pelo déficit no hormônio masculino denominado testosterona.

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Essa fase da vida masculina é chamada de andropausa, uma síndrome recentemente reconhecida por muitos especialistas. Sabe-se hoje que cerca de 50% dos homens com idade superior a 55 anos apresentam queda nos níveis de testosterona quando comparados com os níveis encontrados nos jovens, sendo que na faixa dos 60 a 69 anos o número de homens com baixos níveis de testosterona sobe para 85%.

O que é andropausa?

Os níveis de testosterona (hormônio masculino) diminuem progressivamente à medida que o homem envelhece. Entretanto, ao contrário da menopausa que ocorre devido a uma diminuição do hormônio feminino estrogênio, a diminuição de testosterona não põe fim ao ciclo reprodutivo masculino. Portanto, a andropausa não traz o fim da fertilidade para o homem, mas apenas uma redução dela devido à menor produção de espermatozóides.

Contudo, assim como nas mulheres, esse período pode ocasionar vários sintomas incômodos e que serão tratados aqui. Mas vale lembrar que muitas vezes esses sintomas não são observados tão facilmente porque são mais sutis que nas mulheres.

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Os sintomas da andropausa masculina ocorrem mais tardiamente em relação à menopausa feminina. Enquanto nas mulheres a menopausa surge por volta dos 45 anos, nos homens os sintomas da andropausa podem aparecer por volta dos 50-55 anos.

Os sintomas da andropausa

À medida que o homem envelhece, os níveis de testosterona e de sulfato de dehidroepiandrosterona (S-DHEA) vão progressivamente diminuindo. Os níveis sangüíneos de testosterona sofrem uma queda de cerca de 1% ao ano até chegar a um nível abaixo do limite, ainda que dentro da faixa normal. Portanto, assim como nas mulheres, por volta dos 35-40 anos o homem também passa a ter uma maior predisposição para engordar e com a Andropausa essa tendência se agrava e esteticamente alguns homens passam também a apresentar perda de massa muscular, seja pela falta de atividade física e/ou exercícios e pela deficiência do hormônio masculino.

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O desejo sexual já não é mais o mesmo de antes, a qualidade da ereção do pênis torna-se insatisfatória, sua vida sexual passa também a refletir na sua disposição mental e para o trabalho. O déficit de testosterona no cérebro leva-o a constantes episódios depressivos e sua vitalidade a cada dia se reduz.

Veja a seguir algumas das possíveis conseqüências da andropausa:

– Impotência sexual
– Ejaculação precoce
– Perda de memória e dificuldade de concentração
– Câncer na próstata
– Nervosismo
– Insônia
– Prostração e preguiça
– Queda da libido (apetite sexual)
– Perda de cabelo
– Diminuição da massa muscular
– Alterações no humor
– Doenças cardiovasculares
– Osteoporose

Causas da andropausa

Além da redução do hormônio testosterona, a andropausa pode ser causada por atrofia testicular devido à cirurgias (hérnia inguinal e outras), torção do testículo ou castração acidental ou pelo uso de medicações antiandrogênicas, que diminuem a concentração de testosterona no sangue. O uso de algumas medicações usadas em tratamentos para câncer também podem levar a uma queda nos níveis de testosterona. Fatores como a obesidade e a presença de varizes escrotais (Varicocele) também influenciam na diminuição da testosterona.

O diagnóstico da andropausa

O diagnóstico da andropausa é feito pela história clínica (diminuição na vitalidade, tendência a depressão, mudança no humor e na disposição, distúrbios do sono, dificuldade para se concentrar, prostração e preguiça), pelo exame físico (rarefação dos pêlos pubianos, diminuição do volume e da consistência testicular, presença ou não de varicocele e cicatrizes cirúrgicas), por exames de sangue que medem o índice de testosterona, através de espermograma que quantifica a produção de espermatozóides, além de densitometria óssea para verificar osteoporose e ecografia da próstata e abdome.

Andropausa: existe tratamento?

De acordo com os especialistas da área médica, a andropausa pode e deve ser tratada. Geralmente, o tratamento restabelece os níveis hormonais e isso causa uma melhora no humor, na irritabilidade, depressão e proporciona ao homem a vontade de ser novamente produtivo no seu trabalho e na sociedade.

Os tratamentos propostos atualmente incluem a estimulação da secreção hormonal pelo próprio corpo e a reposição hormonal. Entretanto, assim como no tratamento feminino, a orientação do médico é indispensável, pois o paciente será submetido a vários exames, para ser ter uma visão geral do organismo e para que se possa verificar as concentrações dos níveis dos hormônios sexuais.

O tratamento com reposição hormonal de testosterona deve ser feito com orientação médica pois é contra-indicado nos casos de câncer ou aumento de próstata, assim como nos casos de indivíduos normais que querem um aumento da performance. O excesso de testosterona erroneamente administrado, é metabolizado no fígado e transformado em um hormônio chamado Dihidrotestosterona, o qual é responsável pela ação prostática, causando o aumento da próstata e aumento em um tumor maligno prostático já instalado. Por isso, a dose deve ser rigorosamente controlada.

Dentre os vários benefícios atribuídos à reposição hormonal encontram-se: retardo da osteoporose, melhora no desempenho sexual, melhora dos distúrbios neurológicos e melhora da qualidade de vida

A dieta preventiva para a andropausa

A dieta também é muito importante como preventivo dos sintomas da andropausa. Os homens nesta faixa etária devem restringir colesterol e açúcar e comer alimentos com maior teor de sais minerais e vitaminas como as hortaliças em geral e as frutas.

Pelo fato da andropausa ser uma síndrome recententemente reconhecida, observa-se que no meio científico ainda há muitas discussões, sendo refutadas por alguns especialistas. Acredito que o dilema atual é que os próprios especialistas, urologistas, endocrinologistas e gerontologistas ainda não dominam completamente o assunto, o que é agravado pela falta de estudos a longo prazo que esclareçam definitivamente a relação risco-benefício por exemplo de fazer uso da reposição hormonal.

Se de um lado a reposição de testosterona promete devolver aos homens de 50 o vigor dos 25 anos, por outro lado, existe o medo do câncer da próstata. Este assunto está sendo pesquisado e, embora a testosterona seja necessária para o desenvolvimento do câncer prostático, que é hormônio-dependente, estudos sugerem que apenas a testosterona não é suficiente para induzir o câncer de próstata.

Tanto é verdade que a incidência do câncer da próstata aumenta após os 60 anos, quando o nível de testosterona está em franco declínio. Portanto, cabe aos pesquisadores e especialistas na saúde do homem conhecer os efeitos fisiológicos e os recentes estudos envolvendo a testosterona, não só para conduzir seus pacientes, mas também para orientar e evitar as complicações de um tratamento inadequado.

Enquanto isso, mais e mais estudos estão sendo desenvolvidos no sentido de esclarecer as dúvidas que surgem a todo momento, inclusive no sentido de comprovar através de evidências biológicas que a andropausa existe mesmo e que não é meramente uma condição psicológica similar a uma crise de meia idade ou um sinal psicológico do envelhecimento.

Andropausa: a menopausa masculina

Por Jocelem Salgado 

Muito se fala dos problemas que as mulheres apresentam quando param de menstruar. A temida menopausa, surge por volta dos 45 anos. Entretanto, poucas pessoas sabem que os homens, assim como as mulheres, podem também sofrer alterações metabólicas decorrentes da idade e que são ocasionadas principalmente pelo déficit no hormônio masculino denominado testosterona.

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Essa fase da vida masculina é chamada de andropausa, uma síndrome recentemente reconhecida por muitos especialistas. Sabe-se hoje que cerca de 50% dos homens com idade superior a 55 anos apresentam queda nos níveis de testosterona quando comparados com os níveis encontrados nos jovens, sendo que na faixa dos 60 a 69 anos o número de homens com baixos níveis de testosterona sobe para 85%.

O que é andropausa?

Os níveis de testosterona (hormônio masculino) diminuem progressivamente à medida que o homem envelhece. Entretanto, ao contrário da menopausa que ocorre devido a uma diminuição do hormônio feminino estrogênio, a diminuição de testosterona não põe fim ao ciclo reprodutivo masculino. Portanto, a andropausa não traz o fim da fertilidade para o homem, mas apenas uma redução dela devido à menor produção de espermatozóides.

Contudo, assim como nas mulheres, esse período pode ocasionar vários sintomas incômodos e que serão tratados aqui. Mas vale lembrar que muitas vezes esses sintomas não são observados tão facilmente porque são mais sutis que nas mulheres.

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Os sintomas da andropausa masculina ocorrem mais tardiamente em relação à menopausa feminina. Enquanto nas mulheres a menopausa surge por volta dos 45 anos, nos homens os sintomas da andropausa podem aparecer por volta dos 50-55 anos.

Os sintomas da andropausa

À medida que o homem envelhece, os níveis de testosterona e de sulfato de dehidroepiandrosterona (S-DHEA) vão progressivamente diminuindo. Os níveis sangüíneos de testosterona sofrem uma queda de cerca de 1% ao ano até chegar a um nível abaixo do limite, ainda que dentro da faixa normal. Portanto, assim como nas mulheres, por volta dos 35-40 anos o homem também passa a ter uma maior predisposição para engordar e com a Andropausa essa tendência se agrava e esteticamente alguns homens passam também a apresentar perda de massa muscular, seja pela falta de atividade física e/ou exercícios e pela deficiência do hormônio masculino.

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O desejo sexual já não é mais o mesmo de antes, a qualidade da ereção do pênis torna-se insatisfatória, sua vida sexual passa também a refletir na sua disposição mental e para o trabalho. O déficit de testosterona no cérebro leva-o a constantes episódios depressivos e sua vitalidade a cada dia se reduz.

Veja a seguir algumas das possíveis conseqüências da andropausa:

– Impotência sexual
– Ejaculação precoce
– Perda de memória e dificuldade de concentração
– Câncer na próstata
– Nervosismo
– Insônia
– Prostração e preguiça
– Queda da libido (apetite sexual)
– Perda de cabelo
– Diminuição da massa muscular
– Alterações no humor
– Doenças cardiovasculares
– Osteoporose

As causas da andropausa

Além da redução do hormônio testosterona, a andropausa pode ser causada por atrofia testicular devido à cirurgias (hérnia inguinal e outras), torção do testículo ou castração acidental ou pelo uso de medicações antiandrogênicas, que diminuem a concentração de testosterona no sangue. O uso de algumas medicações usadas em tratamentos para câncer também podem levar a uma queda nos níveis de testosterona. Fatores como a obesidade e a presença de varizes escrotais (Varicocele) também influenciam na diminuição da testosterona.

O diagnóstico da andropausa

O diagnóstico da andropausa é feito pela história clínica (diminuição na vitalidade, tendência a depressão, mudança no humor e na disposição, distúrbios do sono, dificuldade para se concentrar, prostração e preguiça), pelo exame físico (rarefação dos pêlos pubianos, diminuição do volume e da consistência testicular, presença ou não de varicocele e cicatrizes cirúrgicas), por exames de sangue que medem o índice de testosterona, através de espermograma que quantifica a produção de espermatozóides, além de densitometria óssea para verificar osteoporose e ecografia da próstata e abdome.

Andropausa: existe tratamento?

De acordo com os especialistas da área médica, a andropausa pode e deve ser tratada. Geralmente, o tratamento restabelece os níveis hormonais e isso causa uma melhora no humor, na irritabilidade, depressão e proporciona ao homem a vontade de ser novamente produtivo no seu trabalho e na sociedade .
Os tratamentos propostos atualmente incluem a estimulação da secreção hormonal pelo próprio corpo e a reposição hormonal. Entretanto, assim como no tratamento feminino, a orientação do médico é indispensável, pois o paciente será submetido a vários exames, para ser ter uma visão geral do organismo e para que se possa verificar as concentrações dos níveis dos hormônios sexuais.

O tratamento com reposição hormonal de testosterona deve ser feito com orientação médica pois é contra-indicado nos casos de câncer ou aumento de próstata, assim como nos casos de indivíduos normais que querem um aumento da performance. O excesso de testosterona erroneamente administrado, é metabolizado no fígado e transformado em um hormônio chamado Dihidrotestosterona, o qual é responsável pela ação prostática, causando o aumento da próstata e aumento em um tumor maligno prostático já instalado. Por isso, a dose deve ser rigorosamente controlada.

Dentre os vários benefícios atribuídos à reposição hormonal encontram-se: retardo da osteoporose, melhora no desempenho sexual, melhora dos distúrbios neurológicos e melhora da qualidade de vida

A dieta preventiva para a andropausa

A dieta também é muito importante como preventivo dos sintomas da andropausa. Os homens nesta faixa etária devem restringir colesterol e açúcar e comer alimentos com maior teor de sais minerais e vitaminas como as hortaliças em geral e as frutas.

Pelo fato da andropausa ser uma síndrome recententemente reconhecida, observa-se que no meio científico ainda há muitas discussões, sendo refutadas por alguns especialistas. Acredito que o dilema atual é que os próprios especialistas, urologistas, endocrinologistas e gerontologistas ainda não dominam completamente o assunto, o que é agravado pela falta de estudos a longo prazo que esclareçam definitivamente a relação risco-benefício por exemplo de fazer uso da reposição hormonal.

Se de um lado a reposição de testosterona promete devolver aos homens de 50 o vigor dos 25 anos, por outro lado, existe o medo do câncer da próstata. Este assunto está sendo pesquisado e, embora a testosterona seja necessária para o desenvolvimento do câncer prostático, que é hormônio-dependente, estudos sugerem que apenas a testosterona não é suficiente para induzir o câncer de próstata.

Tanto é verdade que a incidência do câncer da próstata aumenta após os 60 anos, quando o nível de testosterona está em franco declínio. Portanto, cabe aos pesquisadores e especialistas na saúde do homem conhecer os efeitos fisiológicos e os recentes estudos envolvendo a testosterona, não só para conduzir seus pacientes, mas também para orientar e evitar as complicações de um tratamento inadequado.

Enquanto isso, mais e mais estudos estão sendo desenvolvidos no sentido de esclarecer as dúvidas que surgem a todo momento, inclusive no sentido de comprovar através de evidências biológicas que a andropausa existe mesmo e que não é meramente uma condição psicológica similar a uma crise de meia idade ou um sinal psicológico do envelhecimento.