Estresse pode acontecer em três fases

por Elisa Kozasa

“Se estamos em uma fase difícil e exigente no trabalho, precisamos saber alterná-lo com momentos de relaxamento e tranquilidade. E estou pensando neste caso em pequenos momentos de parada e quebra da rotina durante o próprio dia, como brincar com os filhos ou dar uma volta no parque mais próximo. Achar que mergulhando completamente no trabalho irá nos trazer a solução para um problema, costuma ser um grave engano”

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Estresse é ruim? Imediatamente temos a tendência de dizer “sim” a esta pergunta, uma vez que logo imaginamos aquela situação do tipo “não aguento mais!”. Porém, existe o lado positivo do estresse. Algum nível de estresse é necessário para que consigamos nos manter até mesmo motivados para executar uma tarefa. Em qualquer situação produtiva de nossa vida, certamente fomos “incentivados” por algum nível de estresse.

Desta maneira, o que faz toda diferença é a intensidade e o tempo em que nos mantemos estressados. No entanto, não existe nenhum trabalho ou estudo que estabeleça o tempo de duração para cada um dos três níveis de estresse que citarei logo abaixo. Isso porque as variáveis são imensas, considerando todas as possíveis causas de estresse e a diferença de resiliência (capacidade de recuperação) das pessoas. Depende, principalmente, de como interpretamos uma situação: se ela é realmente estressora ou não.

Existem algumas outras maneiras de estagiar o estresse, mas Hans Selye, um endocrinologista considerado o pai dos estudos do estresse, descreve a adaptação geral ao estresse dividida em três fases.

Primeira fase: de alarme

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Na fase de alarme, todas as reações do corpo ao estresse se fazem sentir. É aquela fase em que percebemos o coração batendo mais rápido, assim como a respiração; nos sentimos nervosos, e com a mente agitada.

Segunda fase: de resistência

Depois que o estresse continua por um tempo suficiente, o corpo se habitua a ele e entra numa fase de adaptação, que é a fase de resistência. Nesta fase nos acostumamos a estar sob os estímulos que causam estresse e ele parece não nos afetar tanto.

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Terceira fase: de exaustão

Se o estresse não cede, existe um limite para o tempo em que conseguimos manter-nos adaptados, antes de entrar na fase de exaustão. Nesta fase, podemos adoecer física e mentalmente; o sistema imunológico, por exemplo, deixa de nos proteger adequadamente e é neste momento em que pegamos uma gripe forte ou outra infecção.

A capacidade de desenvolvermos estratégias para nos manter na fase de resistência pode determinar nosso sucesso ou insucesso em superar as causas do estresse e chegar a uma solução mais ou menos adequada para um dos desafios de nosso cotidiano. Isto depende não apenas de conhecer técnicas mirabolantes de gerenciamento ou controle do estresse, mas principalmente de nos atermos a conhecer nossos limites e lidar com eles de maneira natural.

Por exemplo, se estamos em uma fase difícil e exigente no trabalho, precisamos saber alterná-lo com momentos de relaxamento e tranquilidade. E estou pensando neste caso em pequenos momentos de parada e quebra da rotina durante o próprio dia, como brincar com os filhos ou dar uma volta no parque mais próximo. Achar que mergulhando completamente no trabalho irá nos trazer a solução para um problema, costuma ser um grave engano que provavelmente vai nos levar à fase de exaustão, e junto com ela, a conta do hospital.

Dicas de leitura:

http://www.estresse.com.br/. Centro Psicológico do Controle do Stress
Hanson, PG. Aproveite o seu stress. Ed. Siciliano, 1989.