Trabalhe os hemisférios direito e esquerdo do cérebro e viva feliz

por Nicole Witek

Vítima de um acidente cerebral, a pesquisadora e neurocientista Dra. Jill Bolte Taylor, foi observadora de si mesma e única responsável por sua recuperação e melhora total de suas funções cerebrais após um acidente vascular cerebral de grande extensão.

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Durante 9 anos, a Dra. Jill viveu exclusivamente com seu lado direito do cérebro e, a partir dessa experiência, explica que esse lado do cérebro funciona e desencadeia fenômenos exclusivos a ele. Abaixo está a longa lista das descobertas da Dra. Jill Bolte Taylor.

Vamos lá, o cérebro direito:

– Adapta-se a mudanças

– Aplica as regras do aqui e agora

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– Prestigia a amizade

– É amigável e sorridente

– É otimista

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– Não julga

– Pega as coisas, as informações como elas são e se adapta

– Não faz diferença nem social, nem racial, com os outros membros da família humana

– Gosta de novidade

– Relaciona-se muito bem com os outros

– É generoso

– Sensível à comunicação não verbal e as emoções

– Expressa empatia

– Adapta-se aos outros, ao meio ambiente, operando assim fusão com o universo

– Tem uma tendência mística

– Tem sabedoria

– Observação e intuição

– Clarividência

– Renova seus pontos de vista sobre as coisas

– Coloca em dia os arquivos do cérebro, atualizando a memória

– Considera todas as possibilidades

– É criativo

– Mexe-se com fluidez no seu meio ambiente

– Fica atento as recados sutis, que vem da células que seria o instinto

– Dispõe de uma inteira liberdade,

– Não carrega o passado

– Não tem medo do futuro

– Descobre o mundo com os cinco sentidos

– Saboreia a existência dia após se dia

– Gosta de sentir seu corpo em estado de boa saúde

– Considera ele mesmo, mas também o que o rodeia

– Considera o bem-estar dos outros e a nossa relação com a terra

– Tem força vital e afirma que somos todos interligados

– Segue em frente sem perder o entusiasmo.

– Me fala que pertenço ao grande, ao todo

– Pensa por justaposição de imagens, enquanto o cérebro esquerdo articula e pensa em palavras

– Prestigia os valores da humanidade

– Usufrui com prazer momentos de preguiça

– Só percebe o espectro luminoso, com comprimento de ondas mais elevadas (visão embaçada, meio turva do meio ambiente)

– Não se apega a contornos definidos

– Foca no conjunto de dados para concluir que tudo está “interligado”

– Grava as frequências sonoras mais baixas (como os sons de fundo do organismo)

Ai estão os motivos para afirmar que o cérebro direito parece concebido – refiro-me aos assuntos biológicos – para ficar de olho na nossa saúde física.

Em relação ao cérebro esquerdo:

– Gosta de detalhes (agenda, planilhas)

– Usa as experiências passadas para decidir

– Coloca limites

– Julga sem abrir mão

– Associa informações transmitidas pelos sentidos as fabulosas potencialidades que vêm do hemisfério direito para ter uma representação do universo no qual ele pode interagir.

– Comunica com o mundo externo

– Reflete com o idioma verbalizado

-Fala sem parar

– Faz-me sentir uma entidade sólida, desvinculada do fluxo cósmico e porque o centro da fala no hemisfério esquerdo nunca para de me lembrar que sou um instrumento de tratamento da informação

– Não consegue descrever, analisar o todo

– Gosta de cálculos, fórmulas e teorias

– Estoca informações

– É perfeccionista, administra; cada coisa tem seu próprio lugar; gosta de economia e finanças, enquanto o cérebro direito foca no humano

– É capaz de lidar com várias situações chatas ao mesmo tempo e fica feliz em multiplicar as atividades

– Gosta de construir

– Trata as informações com velocidade

– Está quase sempre na beira do surto

– Analisa a parte da luz que corresponde as ondas curtas e percebe melhor os contornos das coisas

– Grava as frequências sonoras mais elevadas e assim interpreta melhor a linguagem falada

– É capaz de elaborar cenários

– Conta história para dar um rumo ao mundo e organiza tempo e espaço

– É capaz de improvisar e tapar os “buracos” com seus arquivos para validar uma opinião ou uma situação

– É capaz de elaborar soluções sofisticadas com várias opções

– Se ele tratar de um assunto sobre emoções, ele buscará todos os “porém” e os “se”

– Capaz de contar besteiras e de nos falar que nunca sabemos o suficiente

– Tende a exagerar o negativo das experiências e a acreditar que isso é verdade

– Tem tendência a resmungar e falar do passado

– Acumula pensamentos sem parar

– Elabora “cenários catastróficos”

– Tem tendência à mesquinhez

– Critica-se e critica o outro, o que tem efeito ruim sobre o organismo: coração apertado, pressão arterial elevada, dor de cabeça, nas costas…

Responsável pela teimosa, arrogância, inveja do outros, por não gostar de perder, de alimentar rancor, mentir e querer se vingar, diz a Doutora.

Assim sendo, cada um dos dois hemisférios do cérebro tem dois pontos de vista diferentes para cada situação; podem “perceber o copo meio vazio ou meio cheio”.

Pensamos que avançar com o piloto automático é estar em plena expressão do “EU”, mas não, cada parte do cérebro impõe sua visão. Alguma delas irá prevalecer em certos momentos, mas nenhuma delas ME representa verdadeiramente.

Perceber que contar histórias dramáticas e alimentar pensamentos negativos e geradores de estresse é característica ligada apenas ao funcionamento do hemisfério esquerdo é o grande lance. Quando nos tornamos capazes de pensar naquilo que nos entristece, e mesmo assim, temos possibilidades de desativar os neurônios para focar no lado positivo da situação, nos libertamos de grandes travas.

Assim, torna-se livre quem é capaz, quem percebe que a qualquer momento é possível colocar um tampão no hemisfério esquerdo e escutar também o hemisfério direito, responsável por liberar as comportas do amor, da quietude, em qualquer momento, como se tivesse um botãozinho que tornasse possível escolher o esquerdo ou o direito, dependendo da necessidade do momento.

Segundo a autora, deveríamos deixar a quietude, a paz alargar nossa atmosfera interna ao máximo e usar nosso hemisfério esquerdo somente para interagir com o mundo externo.

Conclusão

Podemos em primeiro lugar dizer que a serenidade e a intuição são as características do cérebro direito. Uma vez que temos a visão do hemisfério direito, entra o cérebro esquerdo, a razão para possamos definir objetivos, mas baseada nas informações que vieram do cérebro direito. O ideal, você já entendeu, será usar os dois.

Porém, para usar o cérebro direito precisamos deixá-lo atuar. Como? Enxergando que a vida terrestre prática, com seus limites de tempo e espaço e como campo de jogo de nossa existência física (esquerdo), mas que temos possibilidades de nos abrir a todos os acontecimentos da vida, com entusiasmo e ter assim oportunidades de deixar entrar novidades e alegria (direito).

Qual é o caminho do nosso hemisfério direito? A prece, a criação artística, a meditação!

Você deve estar pensando: Fala de professor de yoga! De jeito nenhum! Fala da Dra. Jill Bolte Taylor, cientista que descobriu o yoga graças a um AVC.

Estudar a si mesmo, saber como nós reagimos e optar por, conscientemente, mudar os padrões de pensamentos recorrentes que abalam o equilíbrio, isso é yoga.

Dica de leitura

Indico ao leitor o livro da Dra. Jill, que foi traduzido para 22 idiomas: Dra. Jill Bolte Taylor “my stroke of insight”. O tema de fundo do livro é a plasticidade neuronal, encorajo todos a ler esse livro e assim se conhecer um pouco melhor. Também indico que assistam sua conferência no youtube.