Autocontemplação na ação gera bom desempenho – Parte II

por Renato Miranda

Em texto anterior (veja aqui), tratamos sobre a importância do envolvimento da pessoa na tarefa que a mesma escolheu como atividade. Coma base nos estudos sobre o fenômeno do Fluxo (Flow-feeling) proposto pelo psicólogo Mihaly Csiksentmihalyi, o envolvimento em uma tarefa representa a força para transformar uma atividade rotineira em algo prazeroso.

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Algo que fazemos com prazer facilita nossa capacidade de concentração máxima do início ao fim da tarefa e com ótima motivação. Como resultado o desempenho empregado na atividade terá grandes possibilidades de ser repercutido em sentimentos positivos, como alegria espontânea, percepção de sucesso, prazer, recompensa e outros.

Além disso, a pessoa envolvida se sente ativa, forte, com energia suficiente para realizar suas atividades e com maiores chances de também se sentir feliz.

Como nossa vida se resume em resolver problemas, é natural que quanto maior nossas possibilidades psicofísicas de alto desempenho melhor será o nível de nossas realizações.

No entanto, como dito em nosso texto anterior nossa mente possui um determinado limite que se resume em não conseguir perceber, comparar informações, avaliar e decidir o que fazer ao mesmo tempo (simultaneamente).

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Assim sendo, o desenvolvimento da nossa capacidade de nos manter atentos e, portanto, concentrados é que permitirá ampliar nossa mente a fim de realizar tarefas de maneira rápida, eficaz e com alta qualidade. E é com o envolvimento na tarefa que isso se torna possível.

Com o tempo, a prática de determinadas tarefas realizada com envolvimento, permitirá aumento significativo de uma rica memória, com consequente repertório amplo de decisões nas mais variadas situações.

Talvez esteja aí a grande diferença entre um atleta dito experiente para um outro tão bom como o primeiro, mas com pouca vivência esportiva. É na capacidade de tomar decisões rapidamente e de forma eficaz que identificamos o atleta experiente e de alta qualidade.

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Observe que, tanto no esporte como na vida regular, boas decisões só são possíveis quando a pessoa está absorta na tarefa e sua mente livre de preocupações, principalmente com sua figura social. Ou seja, a mente da pessoa envolvida na tarefa está tão repleta de informações para e escolher com a melhor decisão específica que não há espaços para outras avaliações que não sejam relacionadas com a própria tarefa, por exemplo, relacionadas com o que os outros vão pensar sobre seus desempenhos (ego!).

Portanto, uma mente repleta de experiências positivas é uma mente envolvida na tarefa e com isso, ela (a mente!) não precisa de muitos dados, pensamentos, avaliações, conjecturas e outros. Uma pessoa com uma rica memória não necessita de muito tempo para decidir o que fazer. Ela simplesmente faz. Quanto mais rica a memória maior é a chance de termos cristalizado experiências memoráveis e com isso melhor é a possibilidade de excelentes percepções para as mais diversas tomadas de decisões.

Observe que em todos os setores da vida nosso rendimento depende da qualidade (envolvimento!) da nossa memória.

Considerando que o leitor é fluente em português e tem uma vasta memória neste idioma, faça o teste abaixo e veja como sua mente funciona rápido:

Fixe seus olhos no texto abaixo e deixe que a sua mente leia corretamente o que está escrito.

35T3 P3QU3N0 T3XTO 53RV3 4P3N45 P4R4 M05TR4R COMO NO554 C4B3Ç4 CONS3GU3 F4Z3R CO1545 1MPR3551ON4ANT35!
R3P4R3 N155O! NO COM3ÇO 35T4V4 M310
COMPL1C4DO, M45 N3ST4 L1NH4 SU4 M3NT3 V41 D3C1FR4NDO O CÓD1GO QU453
4UTOM4T1C4M3NT3, S3M PR3C1S4R P3N54R MU1TO, C3RTO? POD3 F1C4R B3M ORGU5H03O D1550! SU4 C4P4C1D4D3 M3R3C3 P4R4BÉN5!