Ir para longe nos aproxima de nós mesmos

por Thaís Petroff

"O homem descobre no mundo apenas aquilo que já tem dentro de si; mas precisa do mundo para descobrir o que tem dentro de si."
Hugo von Hoffmannsthal – dramaturgo austríaco

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Quantas e quantas pessoas nós já conhecemos que precisaram viajar para longe para se encontrar. Ou que tiraram um período sabático para viajar e viver experiências no intuito de resolver alguma crise existencial ou compreender melhor a si mesmo.

Eu mesma alguns anos atrás, passei três meses longe de casa em uma ilha, porque precisava estar mais comigo mesma ou algum tempo depois quando me aventurei a fazer um curso profissional de mergulho autônomo (aquele com cilindro) e enveredei a mergulhar nas profundezas do mar (e nas minhas próprias também) porque estava me sentindo perdida.
 
Muitas vezes precisamos ir para longe para nos aproximarmos de nós mesmos. E sim, isso ajuda e funciona, pois viajar é sair da sua zona de conforto. Você não está na sua rotina, na sua casa, com seus conhecidos em volta, em um lugar que já conhece os caminhos onde tem mercado ou restaurante.

Quando você viaja, você se lança no desconhecido e precisa lidar com a sua vulnerabilidade, com o estresse de não saber o que virá ou como será. Você precisa exigir mais de si no sentido de se encontrar no lugar em que está, em se adaptar a uma rotina diferente e muitas vezes em desenvolver ou praticar habilidades que não utiliza tanto no dia a dia como falar um idioma diferente ou se organizar bem com o tempo para achar um lugar para ficar antes que escureça.

Nessa zona de desconforto acabamos ficando muito mais conosco. Percebendo aspectos nossos que na rotina ignoramos. Percebendo que somos muito mais capazes de nos virar do que pensávamos. Precisando ter muitas ações práticas (até mesmo de planejamento) ao invés de ficarmos com pensamentos repetitivos e que na maioria das vezes não nos levam a lugar algum.

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É por isso que tantas pessoas se lançam no mundo, viajando para longe, mudando drasticamente sua rotina, procurando situações até muitas vezes mais desconfortáveis do que se encontravam anteriormente.  Mas é justamente a mistura desses fatores que permite que nos aproximemos de nós mesmos de uma maneira muito mais verdadeira.  Assim podemos lidar com aspectos que nos incomodavam sob um ângulo diferente e através disso descobrir respostas  para aquelas perguntas que não calavam em nossas cabeças.

Você também já teve uma experiência semelhante com essa?