Férias conjugais: dicas para ser bem-sucedida

por Arlete Gavranic

Essa ideia de férias conjugais é uma velha discussão. Alguns pontuam como uma modernidade, outros como necessidade para alimentar individualidade e não desgastar o relacionamento. Mas há um grande número de pessoas que traz essa possibilidade à tona, quando na verdade a crise já está instalada.  

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Não vejo problema se um dos cônjuges deseja viajar sozinho, ou com filho de um relacionamento anterior (desde que a ex não vá junto!). Tudo isso pode acontecer, se for contemplado também um tempo para viajar com o cônjuge/parceiro ou família. Ou seja, tirar férias só não pode significar uma forma de evitar o parceiro atual, nem deveria ser uma oportunidade para aventuras (traições); a não ser que esse seja um acordo entre o casal.

Esse padrão de comportamento pode ser positivo e provocar até saudades, para, depois, terem coisas para conversar, contar…  para dar uma cara de namoro para relacionamento.

Mas e quando o casal está em crise?

Quando a insatisfação tem sido um tema de ambos ou de uma parte?

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Ou quando a crise tem origem em alguma traição, já consumada ou percebida por interesse exagerado que foi demonstrado?

Ou se o desinteresse entre o casal estiver muito grande, sem desejo de estarem juntos social e sexualmente?
Nessas situações temos que avaliar se uma viagem poderá provocar mais afastamento ou um nível maior de enfrentamentos, ou uma possível trégua para repensarem o sentido dessa relação em suas vidas.

Muitos combinados podem e precisam acontecer, se essa viagem tiver como um de seus proveitos avaliar a relação, a ocorrência de saudades, desde não ficar com outras pessoas, não levar ‘uma outra pessoa’ nessa viagem, não ficar controlando ou sentindo-se controlado (ligando toda hora, escrevendo pelo WhatsApp inúmeras vezes ao dia para saber onde está, o que esta fazendo ou pensando…

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É importante também que seja uma viagem para passear e pensar… Se for uma maratona de atividades em que não sobre tempo ou energia para pensar, esse fator não será contemplado e não trará ajuda aos interessados na resolução da crise, seja pela decisão de romper ou de se empenhar para resgatar o vinculo.

Essas viagens não precisam ser longas demais (30 a 40 dias ou mais), mas também não é um final de semana que promove essas decisões. Um cuidado precisa ocorrer, lembrar o que foi bom, o que faz bem, o que é positivo, é primordial que não se foque pensamentos só nas mágoas, raivas ou problemas. Pensar no que valeu ou vale a pena também é preciso, tanto quanto no que é inadmissível continuar vivendo.

Sempre que temos que tomar decisões, precisamos parar e refletir… Estando juntos, muitas vezes, focamos nas insatisfações ou no medo de perder o que foi bom. A distância física pode ser positiva para avaliar o que vale a pena; não para ser usada para outras aventuras.