Nomeologia: você sabe o que é?

por Roberto Goldkorn

Você já disse ou já ouviu alguém dizer, que morre de medo de ter o “nome sujo”? Ou que a única coisa que os mais pobres possuem é o seu nome? E a guerra que alguns filhos (e mães) travam para que tenham o nome do pai… O nome é fundamental para que a gente seja a gente.

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Por que dar “nome aos bois” apavora quem tem culpa no cartório?

O meu antigo mestre dizia que inventamos esse negócio de nome, porque ninguém se imaginava sendo chamado de “psiu, ei você aí!”

Por isso, os faraós tentaram imortalizar seu nome nomeando as pirâmides que construíam e que era esperado que durassem um pouco mais que eles. Da mesma forma magnatas modernos constroem arranha- céus e torres magníficas e tacam seus nomes nelas.  

Em algumas religiões antigas, o nome dos deuses deveria ser impronunciável. Até hoje se diz que Deus não gosta que pronunciem seu santo nome em vão.

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Nomear é dar identidade, retirar do caos inominado. E quem é que quer fazer parte do caos inominado?

Bob Dylan disse: “Eu aceito o caos, só não sei se o caos me aceita.” Claro que não aceitaria, afinal ele é Bob Dylan- poeta. Por outro lado, se o caos entrasse na vida dele ou na de qualquer um de nós, poderíamos bancar deus e começar a dar nome aos bois, digo aos filhos indeterminados do caos, colocando ordem na casa, digo no caos.

O nosso inconsciente “aprendeu” logo a entender essa relação tão simbiótica entre o nome e a pessoa nomeada e tratou de turbinar essa relação; a ponto de entender que o nome e a pessoa nomeada são UM. O que for feito ao nome será repercutido na pessoa nomeada.  Aí está o segredo do porquê encontramos no nome próprio da pessoa ou coisa nomeada, um farto arquivo de informações relevantes sobre o nomeado, desde que, é claro, tenhamos as wp_posts certas para entrar.

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Nomeologia

Essa é a razão de existir da Nomelogia, a técnica que estuda justamente, como essa relação se dá, e como podemos agir para, melhorando o nome, melhorar a pessoa ou coisa nomeada. No mínimo podemos analisar o que nos conta o nome, para ter uma ideia do que a pessoa ou coisa (navio, negócio, produto etc), poderá vir a ser.

Sempre me impressionou muito a vasta mitologia e todas as culturas de todas as partes e épocas que faziam essa relação entre o nome e a pessoa nomeada, às vezes, até uma pessoa sagrada, mas ainda assim condicionada às leis que regem o nome.

Na mitologia grega, um episódio narra a ambição da deusa Ísis que mandou um feitiço contra Zeus, o rei dos deuses, de forma que a única maneira de sua dor excruciante cessar, seria revelando a deusa seu verdadeiro nome, o que lhe daria um poder imenso. Zeus relutou o quanto pode, mas no fim, não suportando mais a dor, cedeu e revelou no pé do ouvido da deusa feiticeira seu verdadeiro nome.

Na antiga religião judaica, o nome de deus é secreto, ele só é invocado por epítetos como Adonai, Tsabaot, Elohin. Usam também para se referir a IAVÉ, (cujo verdadeiro nome obviamente não é esse): “Aquele que foi, que é, e que será”.

Uma velha canção brasileira que meu pai adorava cantar, diz: “Risque, seu nome do meu caderno,  que não suporto o inferno, do nosso amor fracassado.”

Quando o sujeito diz para riscar o nome dele do caderno dela (ou vice-versa) quer dizer, me tire de sua vida. O equivalente moderno seria:  Deixe de me seguir na rede social, ou desfaça a amizade na rede social…”

Aqui e em tantas outras situações, o nome é a pessoa.

Hoje, a Nomelogia tem preocupações menos místicas e mais materiais. Dedicamos o estudo do nome à criação de nomes, tanto pessoais, quanto comerciais, que sejam próximos da perfeição e que tenham muita harmonia, evitando discrepância ou divergência internas. Que tipo? Por exemplo, um nome que tenha ao mesmo tempo, uma energia/direção espiritual e uma de sexo drogas e rock’n roll. A gente já viu essa história, e sabe que não dá muito certo. Mas existe.

Divergências radicais não são boas, mas um nome bem temperado é bom, porque a unanimidade em qualquer sentido é igualmente perigosa.

Nomear bem um negócio, um produto ou empreendimento pode nos poupar de muita dor de cabeça, como as que presenciamos hoje com tantas empresas quebrando estrepitosamente ou enterradas na lama da corrupção. Analisando os nomes dessas empresas vamos ver que pelo menos em 70% dos casos seus nomes são ruins na análise Nomenológica. A maioria possui o “germe” da destruição.

Não posso citar exemplo aqui, porque poderia gerar consequências para o site. Mas elas estão aí na mídia.

A Nomelogia está indissociavelmente ligada à Numerologia Aplicada, que é sua ferramenta-mor.

Nomes, além de seu significado carregado na bagagem, são equações ou pautas musicais – cada letra é um número, uma nota, uma vibração – e acabam compondo “temas” que por sua vez expressam qualidades, modelos.

Nomes guardam grande analogia com obras de arte.

Recentemente uma cliente me mostrou uma peça que ela dizia amar, era a reprodução do casal mais famoso do cangaço brasileiro, eles mesmos: Lampião e Maria Bonita. Eu lhe disse que não aprovava a presença deles na casa dela. Ele me perguntou o porquê, e eu lhe devolvi a pergunta da seguinte forma: Como eles viveram e morreram? É essa energia/exemplo que você quer que entre no seu subconsciente diariamente ao longo dos anos?

A vida já é suficientemente desafiadora para que a gente dê à luz a uma criança ou a um negócio com um nome que vai ser uma mala pesada, penosa de carregar.

Nomear é uma das tarefas mais graves à nossa disposição.

Uma grande ocultista do século passado (Annie Besant) afirmou que 50% dos males do mundo se devem ao uso de palavras vãs. Eu aproveito a deixa: creio que mais de 50% dos males do mundo se devem ao uso de nomes ruins.  

Cada nome carrega ocultamente uma história (tem um “carma”). Temos de nos certificar de que essa história seja positiva, criativa, amorosa, saudável e feliz.