Uso indiscriminado de calmantes e remédios para emagrecer pode afetar a saúde física e mental

por Joel Rennó Jr.

O consumo de drogas é considerado um problema de Saúde Pública. No caso específico das mulheres, um dos agravantes é o uso abusivo e indiscriminado de calmantes e remédios para emagrecimento, que podem comprometer a saúde física e mental. Mundialmente, o consumo de substâncias psicoativas – SPA – ainda é maior entre os homens. Entretanto, a diminuição da proporção entre homens e mulheres para as drogas de modo geral e a predominância do uso de medicamentos, mais especificamente benzodiazepínicos (calmantes), e anfetaminas (estimulantes) e anorexígenos por mulheres, vêm sendo registradas em muitos países.

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Padrões estéticos rígidos, falsas promessas de emagrecimentos rápidos e mágicos, culto excessivo ao corpo magro estão entre os principais responsáveis pelo seu uso exagerado e, muitas vezes, sem acompanhamento médico adequado.

O uso de anfetaminas, além de poder gerar dependência, tremores, suores intensos, taquicardia, pode causar ou desencadear transtornos ou sintomas psiquiátricos como depressão, irritabilidade, agitação psicomotora e psicose (alucinações e delírios). Há até risco de morte.

No Brasil, o álcool e o tabaco são apontados como os problemas de saúde pública proeminentes, com maior percentual de uso entre pessoas do sexo masculino. O uso de maconha e solvente também prevalece entre os homens.

O uso de benzodiazepínicos e anfetamínicos mostrou-se, porém, três vezes maior entre as mulheres. Algumas das fórmulas de regime contêm a associação de doses excessivas de antidepressivos, tranquilizantes e anfetaminas. Emagrecimento, sem um suporte psicológico adequado, não significa melhora da qualidade de vida e da autoestima.

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Preconceito e discriminação são apontados como as principais barreiras para que pacientes procurem ajuda médica especializada em saúde mental.

Consequências do uso de drogas para emagrecer

 Geralmente, depois da interrupção do tratamento com esse tipo de composição de fórmulas para emagrecimento, que muitas vezes são prescritas como sendo naturais, é preciso cuidado redobrado.

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Quem consumiu remédios para emagrecer costuma engordar mais do que antes e apresenta mais dificuldade para perder peso, já que, depois de uso continuado da anfetamina, o metabolismo fica lento e a capacidade de queimar gordura diminui. Inibidores de apetite em conjunto com medidas de reeducação alimentar e atividades físicas podem ter papel importante no tratamento da obesidade, mas seu uso não pode ser vulgarizado.
Quem quer emagrecer precisa de acompanhamento médico sério, com enfoque multiprofissional.

A melhor solução para um emagrecimento saudável e definitivo requer a adoção de alimentação balanceada e a prática de exercícios físicos regulares. Além da mudança de hábitos e, claro, muita persistência.
 
Você é mais que seu corpo

O corpo não é apenas um suporte, é a raiz identificadora, nossa comunicação com o mundo. Faz parte da individuação plena. A vaidade não só é necessária como também é um importante recurso de autoestima, desde que não ultrapasse o limite saudável do psiquismo.

Atenção!
Este texto não substitui uma consulta ou acompanhamento de um médico psiquiatra e não se caracteriza como sendo um atendimento.