Cinco mitos e verdades sobre a dor de cabeça sentida pelas mulheres

Da Redação
        
Segundo pesquisa do IBOPE Inteligência¹, encomendada por um laboratório que fabrica um medicamento para dor de cabeça, 95% dos internautas brasileiros declaram que a dor de cabeça afeta de alguma forma seu dia a dia.

Luz excessiva, barulho e má alimentação podem ser alguns gatilhos e, no caso das mulheres, fatores hormonais, estresse e exaustão também contribuem para desencadear a dor. Mas por que isso acontece?
 
A médica Célia Roesler, diretora da Sociedade Brasileira de Cefaleia e vice-coordenadora do Departamento Científico de Cefaleia da Academia Brasileira de Neurologia, explica que “o estilo de vida está bastante relacionado, mas também o excesso de trabalho, falta de sono, jejum prolongado e cansaço são desencadeiam a dor de cabeça”.
 
Para debater melhor esse contexto, Célia e a nutricionista Marina Nogueira trazem cinco mitos e verdades comuns sobre a dor de cabeça sentida pelas mulheres.
 
1 – A dor de cabeça não se altera no período da TPM
 
MITO. A dor de cabeça pode piorar nesse período, principalmente por conta da ovulação. O período pré-menstrual é marcado pela oscilação hormonal e isso pode desencadear a cefaleia. Com a menarca (primeira menstruação), a primeira crise de dor de cabeça forte pode surgir e, de mesmo modo, com a menopausa, pode diminuir. Além dessa fase, é importante citar que as gestantes também podem ter crises, sobretudo no primeiro trimestre da gravidez, mas elas podem melhorar a partir do segundo devido às oscilações hormonais. A mulher, em todas as fases de sua vida, precisa valorizar o bom andamento de seu estilo de vida para não se tornar vulnerável aos gatilhos.
 
2 – Dor de cabeça pode ser sinal de doenças graves
 

VERDADE. A dor de cabeça já é um sinal de que algo no corpo não está bem. Algumas situações podem ser um sinal de doença grave, como: o incômodo que aparece pela primeira vez em pacientes com mais de 50 anos; quando a pessoa fala que é a pior dor que ela já teve; ou quando a dor muda o padrão e é desencadeada por espirro, tosse, evacuação ou outro esforço físico. Casos como esses devem ser avaliados o mais breve possível por um especialista, de forma a afastar problemas como tumores ou aneurismas.
 
3 – As mulheres sentem dores de cabeça mais fortes que os homens
 

MITO. A enxaqueca é mais frequente nas mulheres devido às oscilações hormonais. No entanto, os homens também podem ter enxaqueca e outras dores de cabeça tão fortes quanto às mulheres. Por isso, os homens devem ter atenção aos fatores que predispõem às crises, como o jejum prolongado, sedentarismo, privação de sono e excesso de trabalho.
 
Algumas atitudes podem evitar a dor de cabeça, tais como praticar exercícios regularmente, ter uma alimentação adequada. Uma dica é ter atenção no consumo de água que, se consumida em pouca quantidade, também se torna um grande gatilho para a dor. Importante também prestar atenção se a dor persiste. Nesse caso, a avaliação de um médico será fundamental.
 
4 – O autocuidado faz a diferença na prevenção da dor de cabeça
 

VERDADE. Não é preciso encarar a dor como uma inimiga, mas uma sinalização do organismo a favor da saúde como um pedido de cuidado. A prevenção e alívio da dor estão atrelados na busca pelo respeito ao corpo, desenvolvendo um estilo de vida mais harmônico e saudável.
 
Cada dor é única e deve ser prevenida e tratada corretamente. A recomendação médica deve ser sempre levada a sério e, a partir do momento em que a mulher passa a se conhecer melhor e entender os sinais de seu corpo, a valorização de um estilo de vida saudável torna sua rotina mais equilibrada.
 
5 – Ficar de jejum provoca dor de cabeça
 

VERDADE. A hipoglicemia, ou seja, o baixo nível de açúcar no sangue, é um exemplo que pode desencadear dores de cabeça devido ao jejum prolongado, já que o cérebro necessita de glicose para o bom funcionamento.
 
Já a nutricionista Marina Nogueira explica que as mulheres, com frequência, se preocupam com a perda de peso e adotam dietas extremamente restritivas: “Quando isso acontece, o corpo sente falta do nutriente excluído, o que pode desencadear uma dor de cabeça. Adotar técnicas de jejum podem impactar o metabolismo e trazer resultados negativos”.
 
A especialista ressalta, ainda, que o mau funcionamento do intestino, ou seja, que não possui uma determinada regularidade pode ocasionar, como efeito colateral, dores de cabeça.  “Para o melhor desempenho do intestino, uma dica é apostar nos produtos naturais e muita hidratação. Comer a cada três horas também pode auxiliar, mas isso varia muito de pessoa para pessoa. Uma alimentação saudável depende do conjunto de refeições e de alimentos que a pessoa consome, e não de um ou outros alimentos específicos”, conclui.
 
Principais achados da pesquisa1:
 
• 95% dos internautas brasileiros declaram que a dor de cabeça afeta de alguma forma seu dia-a-dia;
• 48% das mulheres relatam alto nível de estresse (versus 43% dos homens), 44% delas praticam atividades físicas (versus 56% dos homens) e 12% dizem não dedicar tempo para si mesmas (versus 6% dos homens);
• 79% dos entrevistados dedicam pouco tempo para si mesmos e, no caso das mulheres, 12% dizem não dedicar nenhum tempo;
• 91% dos entrevistados usam medicamento para a dor de cabeça. A maioria (58%) também opta por relaxar, dormir e ficar sozinho para aliviar os sintomas;
• Entre os alimentos mencionados como possíveis gatilhos para as dores de cabeça, 48% comentou sobre alimentos gordurosos;
• Em uma pergunta de múltipla escolha, 95% teve algum impacto no cotidiano, sendo 70% no trabalho, 65% no estudo, 50% no sono, 50% na prática de atividades físicas, 49% com amigos e 39% no namoro.

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Atenção!
Este texto não substitui uma consulta ou acompanhamento de um médico ou nutricionista e não se caracteriza como sendo um atendimento. Evite a automedicação.