UFJF promove ‘Café com Prosa’ sobre fisioterapia no tratamento de câncer de mama

Da Redação

Com atenção voltada para esse grave problema de saúde pública,  a UFJF realizou o projeto de extensão “De Peito Aberto: Programa de Prevenção e Acompanhamento Integrado no Câncer de Mama”, na sexta-feira, 13. Foi a segunda edição do evento “Café com Prosa” neste semestre.

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O evento abordou o tema “Fisioterapia no Câncer de Mama”. A discussão aberta à comunidade contou com a participação da fisioterapeuta do Hospital Universitário (HU) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Priscila Almeida Barbosa.

De acordo com a coordenadora do projeto e professora do departamento de Enfermagem Aplicada da Faculdade de Medicina da UFJF, Jaqueline Ferreira Ventura Bittencourt, o “Café com Prosa” consiste em uma série de eventos, cuja frequência de realização passará a ser mensal, voltado para a incorporação das conversas sobre câncer de mama ao dia a dia de toda a sociedade. “É um trabalho que envolve não só as pessoas acometidas por essa doença, mas também familiares, cuidadores e pesquisadores da área”.

Ainda segundo a docente, é fundamental, por meio desses encontros, quebrar estigmas ainda presentes quando esse tipo de câncer entra em pauta. “Precisamos estimular a detecção mais precoce, acompanhar a mulher que está enfrentando essa doença e fornecer orientações sobre o tratamento. Por isso promovemos essas palestras, que têm caráter educativo, mas são realizadas como um autêntico café, de forma a incentivar uma conversa mais leve sobre o assunto”, afirma.

A proposta também é socializar, integrar, trocar experiências e gerar reflexão, além de incentivar uma mudança de comportamento. “De forma geral, com essas discussões, estamos conseguindo ajudar a desmistificar o câncer, despertar a consciência para a mudança de hábitos e para a importância da preocupação com a saúde”, conclui ela.

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Câncer de mama: em muitos casos a mulher tem condição de identificar os sintomas     

Segundo a fisioterapeuta Juliana Mancuso, levantamento inédito do INCA (Instituto Nacional do Câncer) com suas pacientes, revelou que as próprias mulheres identificam, na maior parte dos casos, sinais e sintomas do câncer de mama, incluindo a doença em estágio inicial e intermediário, quando as chances de sobrevida são maiores. Essa percepção é reforçada por outra pesquisa que investigou a sobrevida de pacientes com câncer de mama do Instituto considerando o estágio (etapa de desenvolvimento) da doença no momento do diagnóstico.

O câncer de mama é o mais incidente na população feminina mundial e brasileira, excetuando-se os casos de câncer de pele não melanoma. Políticas públicas nessa área vêm sendo desenvolvidas no Brasil desde meados dos anos 1980 e foram impulsionadas pelo Programa Viva Mulher, em 1998.

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O controle do câncer de mama é hoje uma prioridade da agenda de saúde do país e integra o Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) no Brasil, lançado pelo Ministério da Saúde, em 2011.

De doença mutiladora e de difícil tratamento, a doença hoje tem um bom prognóstico de tratamento, quando diagnosticado e tratado precocemente. O tratamento cirúrgico em virtude da sua dimensão, bem como da retirada de linfonodos, e o clínico, principalmente pela radioterapia, poderão trazer algumas complicações que podem afetar a qualidade de vida das mulheres nos aspectos físicos, sociais e emocionais, e que devem ser tratadas o mais rapidamente possível pela fisioterapia.

Após a cirurgia da mama, algumas complicações podem surgir no braço do lado que foi operado. As principais complicações são dor, dificuldade para movimentar o ombro, inchaço no braço e alteração da sensibilidade na parte interna e superior do braço (formigamento, anestesia, choque, dormência etc). Para todas essas complicações, existem orientações que podem prevenir, diminuir ou melhorar os sintomas.

O programa de fisioterapia deve ser realizado em todas as fases do câncer da mama: pré-tratamento (diagnóstico e avaliação); durante o tratamento (quimioterapia, radioterapia, cirurgia e hormônioterapia); após o tratamento (período de seguimento); na recorrência da doença e nos cuidados paliativos.

Em cada uma dessas fases, é necessário conhecer e identificar as necessidades do paciente, os sintomas e suas causas, e o impacto desses nas atividades de vida diária. A conduta fisioterapêutica deve, então, ser traçada através de orientações domiciliares e tratamentos específicos.

A avaliação fisioterapêutica deve ser iniciada no pré-operatório, objetivando conhecer as alterações preexistentes e identificar os possíveis fatores de riscos para as complicações pós-operatórias. Quando necessário, é instituído tratamento fisioterapêutico nessa etapa, visando minimizar e prevenir as possíveis sequelas identificadas.

No pós-operatório imediato, a avaliação deve identificar alterações neurológicas ocorridas durante o ato operatório, presença de dor, edema linfático precoce (inchaço causado por excesso de líquido) e alterações na dinâmica respiratória. No período de seguimento, e durante a terapia, a avaliação deverá priorizar a detecção precoce de complicações, sejam elas linfáticas, posturais, funcionais, motoras e/ou respiratórias e promover uma melhora da qualidade de vida desses pacientes.
As condutas sofrem constantes modificações, de acordo com o incremento de técnicas fisioterapêuticas, disponibilidade de recursos materiais e humanos.

Serviço:

Mais informações: (32) 4009-5342 ou 4009-5318 ou projeto-peito-aberto-ufjf@googlegroups.com