Atenção mães! Enxergar uma situação sob o ponto de vista do seu filhinho pode ser muito enriquecedor

Por Samanta Obadia

Este ano, eu não quero falar para as mães a partir do meu lugar de mãe, porque quando estamos entre semelhantes tendemos a ver o mundo sob um ponto de vista muito próximo, sem acrescentarmos algo à experiência do outro.

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Quero dividir com vocês as minhas lembranças do olhar infantil de minha filha que expunha sua percepção sobrea a maternidade de uma forma bastante peculiar.

Aos três anos, quando caminhávamos juntas, ela se incomodava muito quando encontrava um mendigo nas ruas. Por diversas vezes, largava minha mão e sentava-se ao lado dele, e lhe perguntava: – Por que você está na rua? Você não tem mãe?  

Naqueles momentos, nós adultos nem sempre tínhamos respostas rápidas. Mas ela só ficava satisfeita, quando o mendigo lhe dava algumas explicações, para diminuir sua preocupação com ele.

Certa vez, aos cinco anos, passando por um jornaleiro, avistou uma mulher nua na capa de uma revista. Indignada, puxou-me para ver e disse penalizada: – Mamãe, coitada dessa moça. Ela não deve ter mãe. Porque se tivesse, a mãe dela não a deixaria ficar sem roupas assim.

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O que eu disse? Nada. Sua carinha cheia de compaixão com a moça exposta me fez pensar sobre as noções de cuidado que ela prezava, pois ainda não fazia julgamentos morais, o que também era um indício genuíno e terno de sua idade.

Outra situação que era inusitada e frequente ocorria quando minha avó materna Anna, lhe ensinava a fazer o Sinal da Cruz. Minha menina sempre a consertava, dizendo: – Não é assim, bisa. É Pai, MÃE, Filho e Espírito Santo! Tem que ter a mãe, né?

Minha avó ria e comentava comigo: – Olha, Mantinha (era assim que me chamava), essa menina te valoriza muito, pois não aceita nem a Trindade sem incluir a figura da mãe.

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Hoje, meu recado parte do meu coração de filha para minha mãe, para minha avó (que já está no Céu) e para minha filha, que a cada dia me ensina verdadeiramente o que é ser mãe. Amo vocês, minhas lindas!

Desejo também a todas as pessoas que ocupam essa função materna, um feliz dia com seu(s) filho(s), estejam eles onde estiverem.

Meu melhor abraço para vocês!