Viver em democracia: a todo momento somos testados

Por Blenda de Oliveira

Como é desafiador o convívio na democracia! Vivemos um momento em que posicionamentos que não sigam o que alguns querem ouvir podem ser arriscados.

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Numa simples discordância, pulam na sua jugular e logo qualquer um de nós faz parte das categorias de burros, ignorantes, fascistas, racistas, corruptos, contra a vida, contra a família, a favor da desordem, e por aí vamos…

Ser a favor de que uma mulher decida sobre seu corpo e a maternidade me faz uma assassina? Uma pessoa de segunda categoria? É isso?

Não ser a favor de que a lei seja branda com os bandidos e acreditar que alguns não têm recuperação me torna fascista? Intolerante?

Não tolerar qualquer forma de impedimento na liberdade individual (se não for para matar, traficar, roubar etc) me torna contra os bons costumes?

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Ser a favor de toda forma de amor ou casamento me faz o quê? Uma doida?

Se eu quiser votar na direita, esquerda, centro, seja em quem for, mudo de identidade e passo a ter o nome do candidato?

Não raro, somos colados ao que defendemos.

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Se votar nesse ou naquele, você É ESSE OU AQUELE?

Estamos num mundo cada vez mais difícil para definir categorias e enquadrar pessoas como se uma pessoa não pudesse ser mais que suas posições e opiniões.

As fronteiras desmoronam todos os dias, papéis se confundem, se misturam e mudam. MUDAM!

E vamos engalfinhando-nos para provar como somos corretos, poderosos e “do bem”. No fundo, ninguém está tão interessado em alternativas, mas, sim, nas próprias alternativas.

Apesar de tudo isso, sempre estarei defendendo uma vida democrática. Faço das tripas coração para continuar defendendo o direito à estupidez! Isso é democracia, um lugar de todos!