A convivência com ele (a) está difícil? O que fazer?

por Luiz Alberto Py

Em uma época recente, foi muito importante se afirmar a igualdade de direitos entre homens e mulheres para se estabelecer as bases das justas reivindicações femininas na sociedade. Atualmente estamos vivendo um outro momento, em que se admite, e se investiga, o fato de que homens e mulheres são muito diferentes um do outro. Essas diferenças não são apenas culturais, originadas da educação e da maneira de se avaliar as pessoas de acordo com seu sexo, mas fazem parte das distinções que existem entre o patrimônio genético feminino e o masculino.

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As características psicológicas – como, por exemplo, a capacidade de amar, a inclinação para a solidariedade, o interesse pelos filhos etc – fazem parte dos elementos determinados geneticamente tanto quanto as características físicas (força física, massa muscular, velocidade, destreza, habilidade manual etc). E, como estas últimas, também estão sujeitas às leis da transmissão hereditária de caracterísiticas individuais descobertas por Darwin. Percebe-se, de acordo com o princípio darwiniano da sobrevivência dos mais aptos, que as peculiaridades femininas e masculinas diferem grandemente entre si.

Em função destas diferenças existem desigualdades profundas em sensibilidade e valores que tornam complicada e difícil a convivência entre o homem e a mulher. Um dos elementos marcantes dessa divergência está no fato de que a prioridade masculina se centra no trabalho enquanto que a feminina enfatiza a família. Alem disso, as visões masculina e feminina de uma questão crucial como a relação entre a sexualidade e o amor são totalmente divergentes.

Quando um homem e uma mulher atuam separadamente – isto é, cada um por si – a probabilidade de que as divergências se tornem motivo de atrito e de conflito são enormes. Porém, quando eles estão em harmonia formando um casal, uma unidade, então as diferenças de maneira de pensar, de perceber e de sentir podem trazem uma contribuição enriquecedora para ambos, complementando-os.

Um casal tem a possibilidade de utilizar uma divergência como uma oportunidade de examinar uma questão por dois pontos de vista paralelos. E sabemos que a visão binocular permite que se perceba em profundidade. Basta fechar um olho e tentar enxergar uma distância em profundidade que se constata a vantagem e a importância da visão com dois olhos. Quando um homem prioriza o trabalho e uma mulher dá ênfase à família, separados estarão disputando qual das duas alternativas é a mais importante. Juntos, porém, poderão encontrar uma solução que harmonize o cuidado para com os filhos e a necessidade de ganhar dinheiro.

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As diferenças podem gerar conflitos ou servir como uma enriquecedora complementação. Para fazer um uso positivo da situação, é importante que o casal estabeleça as suas prioridades, colocando a harmonia em primeiro lugar. Isto significa dizer que o individualismo de cada um tem que ficar em segundo plano. Vaidades e rivalidades precisam ser permanentemente combatidas, pois são elas que deterioram a relação e dão origem aos atritos que inevitavelmente evoluem para o desentendimento crônico. Cabe a cada casal escolher como vai viver e refletir sobre a conveniência de lutar para conseguir manter seu relacionamento em um nível que faça do casamento uma condição tão valiosa que mereça todo o esforço possível para sua preservação.