Moringa

Por Tamara Mazaracki

A Moringa oleifera é uma planta leguminosa originária da Ásia e também cultivada no Brasil. A moringa ganhou popularidade como um "superalimento" por seu perfil altamente nutritivo, com ação antiglicêmica, anti-inflamatória, antioxidante e protetora de tecidos, dentre muitos outros benefícios de saúde.

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Folhas, flores e sementes

A parte mais consumida é o pó da folha desidratada, embora as vagens, casca, flores e sementes também sejam comestíveis. Folhas de Moringa oleifera são as mais estudadas, sendo benéficas em várias doenças crônicas, incluindo hipercolesterolemia (colesterol alto), hipertensão arterial, diabetes, resistência à insulina, esteatose hepática não alcoólica (fígado gorduroso), câncer e inflamação em geral.

Proteínas

O pó de folhas secas contém quase 30% de proteína bruta, porém deste total, 70% são proteínas insolúveis. Apesar da quantidade considerável de proteína bruta, a maior parte não é digerida, mesmo após tratamento térmico e químico. Ou seja, em 100 gramas de folhas em pó há aproximadamente 8 gramas de proteína aproveitável, o que ainda é muito bom.

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Carboidratos e gorduras

A moringa fornece 9 gramas de carboidratos em 100 gramas de folhas secas moídas, sendo que deste total 2 gramas são de fibra. O conteúdo de lipídios nas folhas é pequeno, apenas 2 gramas. No entanto, as sementes são bem concentradas em ácidos graxos, fornecendo principalmente ômega-3, ômega-9 e ômega-6.

Nutrientes

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A moringa é fonte de vitaminas, minerais e aminoácidos. Suas folhas são ricas em complexo B, vitamina C, betacaroteno, luteína, e minerais, principalmente ferro, cálcio e potássio.

Antioxidantes

A moringa é rica em diversos antioxidantes: polifenóis, flavonoides (ácido clorogênico, ácido elágico, ácido ferrúlico), quercetina, isotiocianatos, taninos, saponinas. Estes antioxidantes produzem uma boa parte de seus efeitos terapêuticos.

Inflamação e oxidação

Inflamação e estresse oxidativo podem levar a enfermidades crônicas como diabetes, doenças cardiovasculares, doenças neurodegenerativas, artrite e obesidade.

Inflamação e oxidação fazem o organismo envelhecer mais rápido e alteram a funcionalidade das membranas celulares. A moringa combate esses dois processos negativos, contribuindo para uma saúde melhor.

Ações terapêuticas

A moringa tem sido usada por gerações para tratar e prevenir diabetes, doença cardíaca, anemia, artrite, doença hepática, desordens respiratórias, da pele e do aparelho digestivo. A moringa protege os tecidos de diversos órgãos: fígado, rins, coração, pulmões e testículos. Estudos mostram outras ações: analgésica, antiúlcera, anti-hipertensiva, radioprotetora e estimulante da imunidade.

Colesterol e diabetes

A Moringa oleifera pode reduzir os níveis de colesterol oxidado baixando potencialmente o risco de formação de placas nas artérias e de doença cardíaca. Também controla o diabetes diminuindo o nível de açúcar no sangue e a resistência insulínica.

Cérebro

Estudos recentes mostram que as folhas de moringa protegem o cérebro e fornecem antioxidantes para combater o estresse oxidativo na doença de Alzheimer. A moringa parece ser capaz de normalizar os neurotransmissores serotonina, dopamina e noradrenalina no cérebro, e estes desempenham um papel fundamental na memória, no humor, nas respostas a estímulos como estresse e prazer, e na saúde mental.  

Bactérias e fungos

A moringa tem propriedades antibacterianas e antifúngicas, ou seja, ela combate infecções. Tem sido eficaz contra os tipos de fungos que causam problemas na pele e em cepas de bactérias responsáveis por infecções do trato urinário e do sistema digestivo.

Cicatrizante

Outra ação interessante é na cicatrização de feridas e na aceleração da coagulação, reduzindo o tempo de sangramento em arranhões e cortes.

Como usar

As folhas de moringa não são tóxicas, mesmo em níveis elevados de consumo. O pó de folhas ou farinha de moringa pode ser acrescentado em sucos ou ser preparado em forma de chá. O sabor é suave. A dose indicada é de 1 colher de chá 2 a 3 vezes por dia. Doses muito altas podem ter efeito laxativo.

Contraindicações

Não há nenhuma contraindicação, a moringa é um alimento. Mulheres grávidas e lactantes devem consultar o seu médico.

Estudos científicos

No PubMed há mais de 800 citações e estudos sobre Moringa oleifera, abrangendo inúmeras ações na fisiologia, incluindo influência na microbiota intestinal (flora bacteriana) e aplicações na indústria alimentícia. Há muitos estudos in vitro, em cobaias e em humanos, principalmente em anos mais recentes. Só em 2018 foram publicados mais de 120 estudos.

Referências

*Nutrients 2018. Nutraceutical or Pharmacological Potential of Moringa oleifera Lam.

*Journal of Microbial and Biochemical Technology 2018. Nutritional Values of Moringa oleifera, Total Protein, Amino Acid, Vitamins, Minerals, Carbohydrates, Total Fat and Crude Fiber.

*Antioxidants (Basel) 2017. Bioactive Components in Moringa Oleifera Leaves Protect against Chronic Disease.

*Food & Nutrition Bulletin 2018. How Functional Is Moringa oleifera? A Review of Its Nutritive, Medicinal, and Socioeconomic Potential.

*Phytotherapy Research 2015. Review of the Safety and Efficacy of Moringa oleifera.