Catástrofes naturais ensinam movimentos que deveríamos operar

Por Ricardo J.A. Leme

O homem é ser integrante da natureza. Existem catástrofes, mas a natureza em si é maravilha.

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Para o olho que enxerga, além de ver, a natureza respira no vulcão que resfria a terra; se acomoda em seu leito esplêndido terremotando e remontando a terra; banha suas costas com o mar remoto no maremoto, esse mar maroto; e se enfurece e furacona para se aliviar; afinal de contas quem de nós não suspira às vezes.

A natureza sempre ajuda, corrige, compensa. Ultimamente as catástrofes naturais são recebidas com estranheza. As catástrofes, se de fato hão, são do humano, esse acidente da natureza, que se contrapõe à mãe e seu convite a ser natural. Escolheu o normal, esqueceu o natural!!

A catástrofe natural mais óbvia talvez seja a catástrofe humana. A natureza é uma aliada e ensina os movimentos primordiais que nós humanos devemos operar, sejam o fogo criativo vulcânico que refresca e oferece matéria-prima para o corpo; a água fecundante dos mares que inundam e limpam nossos recessos mais inférteis para que retornem à fertilidade; o remexer dos terremotos e de terra que nos recorda de tempos em tempos que a vida é movimento; finalmente o sopro dos furacões que nos recorda também sermos sopro e que passaremos como eles.

Qual seria a maior catástrofe, os movimentos de acomodação da natureza ou o humano e sua paralisia?

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Há evidências contundentes de que o humano está paralítico e que a natureza, solene e silente, o encontra sempre distraído. Seja bem-vinda mãe e irmã!