Sou casado e minha amante está grávida. E agora?

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“Olá! Sou casado há 10 anos e há cerca de um ano estou tendo um caso com uma moça. Eu a amo e nos damos muito bem. Esta semana ela me contou que está esperando um filho meu. Fiquei muito feliz, porém não sei como fazer, não sei como contar pra minha esposa. Minha esposa não sabe que eu tenho essa amante, eu nem quero deixar a amante e também não quero me separar da minha esposa. Afinal, também temos dois filhos um com nove e o outro com três anos. Gostaria de uma orientação por favor!”

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Por Anette Lewin
 
Resposta: Você conseguiu descrever muito bem quais são seus desejos pessoais: ficar com sua esposa, manter a amante, ter um filho da amante, enfim, tudo muito claro e muito simples. Simples se todas essas vontades não envolvessem a vontade de terceiros.

O problema é que existem outras pessoas envolvidas na situação cujas vontades e desejos certamente não vão bater com os seus.  

Assim, para começar a refletir sobre a questão, é importante você avaliar do que você aceita abrir mão e do que não aceita. Porque alguma coisa você vai perder, com certeza. Afinal, a possibilidade de ter duas mulheres que convivem em paz com o mesmo homem numa sociedade monogâmica só poderia fazer algum sentido se tivesse sido combinado antes pelos três envolvidos. O que não aconteceu. Afinal, sua esposa não sabe da amante e muito menos do filho que ela espera.

Assim, prepare-se para desconfortos e perdas que, certamente serão menos sofridas, se você entender melhor de qual das duas mulheres está disposto a abrir mão. Porque esta é a consequência mais provável quando você abrir o jogo com sua esposa. A não ser que, após a revelação, sua esposa aceite ficar com você e aceite que sua amante também fique. Situação difícil, mas nunca se sabe… Ou que você enfrente o turbilhão inicial, jure de pés juntos para sua esposa que o caso com a amante acabou e continue tendo o caso escondido. Como fez até agora. E, certamente, que suporte o ônus de viver driblando sua mulher.

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Não há solução mágica

Como você pode ver, solução fácil não existe nesse caso. Porém, não dá para ficar esperando uma solução mágica que apareça para facilitar as coisas para você. Assim,  depois de refletir sobre o grau de importância dessas mulheres na sua vida, o melhor é abrir o jogo com sua esposa e ouvir o que ela tem a dizer. Até o fim. Nesse momento não há argumentos que possam atenuar o turbilhão que a revelação vai provocar. Assim, ouvir é a melhor proposta. Sem retrucar. Sem pedidos desesperados de perdão. O que está feito, está feito. O equilíbrio de seu casamento se rompeu e não voltará mais ao que era.

Passado esse momento, chegará a hora de tomar decisões sobre o futuro. Certamente essa decisão exigirá negociações. A essa altura você já deve ter refletido, como foi sugerido, de qual das duas está disposto a abrir mão caso essa questão seja colocada. Se manter seu casamento for mais importante, diga isso para sua esposa de forma clara, evitando os chavões como “ juro nunca mais fazer isso”. Você já fez. E, se sua esposa aceitar ficar com você mesmo assim, tem que estar consciente dos riscos que corre. Falsas promessas não servem para nada.

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Por outro lado, se você escolheu ficar com sua amante, seja cuidadoso na hora de se colocar. Vá preparando sua esposa e dê a ela o tempo necessário para que ela entenda que sua decisão está tomada. Afinal, ela é mãe de seus dois filhos e merece um tratamento digno ainda que se comporte de forma agressiva com você. E evite dar falsas esperanças a ela caso ela insista em levar a relação adiante e você esteja certo de que não quer mais. Melhor ouvir apenas o que ela tem a dizer e não prometer aquilo que não será capaz de cumprir.

Essas são apenas algumas das possibilidades que podem despontar frente à sua revelação para sua esposa. Certamente, você deve estar preparado para lidar com qualquer outra que aconteça. Assim, como você não pode prever a reação dessas duas mulheres que fazem parte da sua vida, assuma as escolhas que fez sem pensar nas consequências e, desta vez, pense antes de se deixar levar apenas pelas suas vontades pessoais ou pelas circunstâncias. Para evitar saias-justas como essa, é importante levar em conta as vontades de todos os envolvidos na questão. Ou assumir que você gosta do risco e aguentar as consequências.
 

Atenção!
Este texto não substitui uma consulta ou acompanhamento de um psicólogo e não se caracteriza como sendo um atendimento.