Banalização do mal; como explicá-la

 
Por Ana Lúcia Paiga  

Há quase três décadas atrás, ouvi num seminário sobre “expansão da consciência”, que começariam a acontecer mortes em massa em nosso planeta e que o lado sombra pareceria estar no comando.

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Tudo aconteceria como parte do nosso processo de Evolução. Ainda incrédula, sem compreender, me perguntava qual o sentido dessa eterna disputa entre o Bem e o Mal.

Hoje, assistimos perplexos às ondas de terror que assolam nossa casa. A maior parte de nós, se sente acuada, impotente diante de tanta ousadia de um Mal sem álibis. Procuramos encontrar motivos, explicações, prevenções… tudo em vão. Por mais que se procure, nenhuma explicação é capaz, por si só, de acalmar nosso medo. O medo de ser vítima dessa sombra que sabemos, faz parte da Luz.

São dois lados da mesma moeda.

Quando me deparo com sentimentos perversos dentro de mim, reprimo minha Criança, porque me julgo má. Ao me julgar, acabo me sentindo culpada, e portanto, merecedora de um castigo.

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Isso aumenta minha insegurança e para me defender procuro não entrar em contato com essa criança má, projetando-a fora de mim. E mais uma vez, estamos diante das polaridades. A dualidade que caracteriza nossa quarta dimensão.

Na nossa sociedade o poder está associado à agressividade. Sendo assim, quando me sinto vítima, enxergo o outro como onipotente.

Ou sou o fraco, ou sou o Herói.

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A coisa mais coerente que vi no meio dessas tragédias, foi a fala da Primeira Ministra da Nova Zelândia, que se negou a dizer o nome do autor da chacina da Mesquita. Ele queria que seu poder não fosse eternizado no vídeo que fez durante o ataque e nas suas aparições na mídia mundo a fora.

Não. Ele não conseguiu sentar-se no trono. Ele foi banido. Só os que espalham Amor têm um lugar de destaque onde a cultura é de Paz e igualdade.
 
Se me deixar dominar pelo medo, darei espaço para que só o Mal domine.

Se ao contrário, enxergar meu poder real, que é a Luz, o Amor dentro de mim, posso me sintonizar com essa vibração, acolher minha criança interior, e agir com compaixão. Isso não quer dizer que não vamos buscar interromper esse ciclo de “atitudes desesperadas” das quais temos sido alvos. Mas sim que podemos nos manter fora desse circulo vicioso de ataque e vingança, para entrar no circulo virtuoso do Amor.

O Amor, respeita diferenças, inclui todos, percebe dificuldades e assim pode “cuidar” das doenças antes que elas se transformem em “assassinos desvairados”.
 
Hoje consigo compreender que todo este processo faz parte de nossa Evolução e me mantenho firme do lado do Bem. Sem medo. Expressando minha Luz.

Diante desses gritos desesperados de socorro, onde pessoas se transformam em seres “desconhecidos”, precisamos despertar para o nosso único Poder:
o Amor incondicional.